Fiec Summit abre hoje vendo desafios do hidrogênio verde

Mais de 4 mil especialistas brasileiros e estrangeiros estão inscritos para o evento, que terá dezenas de palestras técnicas e estandes de empresas nacionais e multinacionais

Legenda: Presidente da Federação das Indústrias do Ceará, Ricardo Cavalcante, fala na abertura do Fiec Summit do ano passado
Foto: Divulgação

Hoje e amanhã, durante todo o dia, no Centro de Eventos, a Federação das Indústrias do Ceará promove a terceira edição do Fiec Summit Hidrogênio Verde 2024, que neste ano chega ampliado pelo número de inscritos – mais de quatro mil de todos os estados brasileiros e de 23 países – que, nos modos presencial e remoto, acompanharão as dezenas de palestras técnicas a serem pronunciadas por especialistas nacionais e estrangeiros. Ricardo Cavalcante, presidente da Fiec, não esconde o seu entusiasmo: 

“Estamos emprestando nossa contribuição para que o sonho do hidrogênio verde se torne, em pouco tempo, realidade no Ceará e no Brasil”, afirma ele.

Há menos de duas semanas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou no Complexo Industrial e Portuário do Pecém a Lei do marco regulatório da produção do hidrogênio verde, o passo que faltava para o efetivo início das obras de implantação das plantas industriais, incluindo as que têm a geografia cearense como local desses investimentos. Apenas dois desses projetos – o da Casa dos Ventos e o da Fortescue – absorverão investimentos de US$ 10 bilhões, algo como R$ 55 bilhões, até 2032.
 
Os australianos da Fortescue e os brasileiros da Casa dos Ventos confirmam seus investimentos, mas avançam nos estudos e nas pesquisas que se fazem com vários objetivos, um dos quais é o da redução dos custos de implantação de suas plantas. Hoje, o custo de produção do H2V é ainda muito caro. No portal Hidrogênio Verde, mantido pela aliança Brasil-Alemanha, está escrito o seguinte:

“Atualmente, o hidrogênio verde é duas a três vezes mais caro do que o hidrogênio azul. Estima-se que os custos de produção do hidrogênio verde podem cair 62% até 2030, para algo próximo de um patamar entre US$ 1,4 e US$ 2,3 por quilo. Se isso ocorrer, a paridade entre o custo do hidrogênio verde e do hidrogênio cinza (obtido pela queima de combustíveis fósseis, como o gás natural) pode ocorrer entre 2028 e 2034 – com projeções abaixo de US$ 1 por quilo em 2040.”

Ainda de acordo com a mesma fonte, há outros desafios, como os relacionados ao armazenamento do hidrogênio em tanques “devido à sua alta volatilidade e inflamabilidade, mas há também opções mais seguras para mantê-lo guardado, como liquefazê-lo, diluí-lo em gás natural ou até agregá-lo à amônia – neste caso, ele pode ser extraído da amônia no destino final.”

Assim, o que pretende o Fiec Summit? Em primeiro lugar, seguir mobilizando a sociedade e todo o universo do H2V – empresas, empresários, cientistas, pesquisadores, técnicos, especialistas, governos, suas autoridades e seus executivos – no sentido de acelerar as providências que permitam alcançar, em 2050, a meta de descarbonização do planeta, para o que é necessário, o mais rapidamente possível, substituir os combustíveis fósseis por fontes de energia limpas e renováveis. Isto é possível? Sim, é mais do que possível. Até 2050? Este é o maior desafio. Para alcançá-lo, os líderes do mundo – hoje preocupados com as guerras na Ucrânia e no Oriente Médio – têm de dar-se as mãos para construir uma saída inteligente e urgente para a crescente e visível ameaça de aquecimento do planeta, com o consequente derretimento das geleiras polares, que já acontece, pondo em risco de submersão centenas de cidades litorâneas dos cinco continentes, entre elas esta nossa Fortaleza, onde o Sol está domiciliado.

O primeiro Fiec Summit Hidrogênio Verde, em 2022, obteve sucesso tão estrondoso – aqui e no exterior – que teve de mudar de endereço. Desde o ano passado, ele se realiza no belo Centro de Eventos do Ceará, onde empresas brasileiras e multinacionais expõem seus produtos e serviços. A japonesa Toyota, por exemplo, instalou um estande para mostrar seu novo modelo de automóvel híbrido. 

“O futuro tem cor, e essa cor é o verde do hidrogênio produzido por energias renováveis e limpas, como a eólica e a solar”, sentencia Ricardo Cavalcante, que anunciará boas notícias hoje no seu discurso de saudação aos participantes do Fiec Summit.

Imediatamente após a cerimônia de instalação do evento, haverá um painel imperdível – o primeiro de vários –, que tratará do seguinte tema: “Os investidores e suas Iniciativas no Ceará”. 

Serão palestrantes Alexandre Negrão, CEO da Aeris Energy; Armando Abreu, presidente da Qair Brasil; Erick Torres, CEO da Arcelor Mittal; Luís Viga, Country Manager Brazil da Fortescue; Marcelo Schmidt, gerente geral do Consórcio Stolthaven Terminals/GES; Mark McHugh, diretor de Projetos da Casa dos Ventos; Robertt Kelin, Head of Hydrogen para o grupo Voltalia e Head of LATAM-North África. 

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