Aproxima-se o Fiec Summit Hidrogênio Verde, o seminário que a Federação das Indústrias do Ceará (Fiec) promoverá, pelo terceiro ano consecutivo, nos próximos dias 12 e 13 (segunda e terça-feiras) no Centro de Eventos do Ceará, reunindo o universo do H2V – empresários, pesquisadores, especialistas, autoridades governamentais e estudiosos do Brasil e de vários países do mundo. O presidente da Fiec, Ricardo Cavalcante, que coordena o evento, informa que quase duas mil pessoas estão inscritas. O seminário acontecerá nos modos remoto e presencial.
Realizado pela primeira vez nos auditórios da Fiec, o seminário cresceu de tal maneira que foi necessária a sua transferência para o espaço do Centro de Eventos, tendo em vista que organizações privadas e públicas passaram a instalar estandes para exibir seus produtos e serviços.
A coordenação do Fiec Summit Hidrogênio Verde anunciou ontem mais uma novidade para a edição deste ano: a presença da Associação Caatinga (AC), uma organização com 25 anos de vida e referência em ações de conservação da caatinga, cujas riquezas ela difunde, inspirando as pessoas a cuidar da natureza, atuando na proteção do bioma e no fomento ao desenvolvimento local sustentável, além de incrementar a resiliência de comunidades rurais à semiaridez e aos efeitos do aquecimento global.
Daniel Fernandes, coordenador geral da Associação Caatinga, informa que os eixos de sua atuação são a criação e a gestão de áreas protegidas, restauração florestal, tecnologias sociais, comunicação, educação ambiental, fomento à pesquisa e à criação de leis e programas de políticas públicas ambientais.
“A base central do nosso trabalho é a Reserva Natural Serra das Almas (RNSA), localizada entre os municípios de Crateús (CE) e Buriti dos Montes (PI), com 6.285 hectares de área, dos quais 6.191 hectares são floresta. Ao redor, residem cerca de 4 mil famílias em 40 comunidades, que são beneficiadas pelas ações da Associação Caatinga”, revela Fernandes.
Entre as ações que serão apresentadas pela Associação Caatinga no Fiec Summit 2024 inclui-se a da técnica de alongamento de raízes com o objetivo de aumentar a taxa de sobrevivência das mudas plantadas. É um método inovador reconhecido pela ONU e laureado com o prêmio Dryland Champions pela sua contribuição ao combate à desertificação.
A técnica é responsável por elevar de 30% para 70% a taxa de sobrevivência de espécies de plantas da Caatinga, sendo utilizada em projetos da Associação Caatinga, resultando na produção de 20 mil mudas e na restauração de 20 hectares de Caatinga degradada na Serra das Almas.
A técnica, desenvolvida pelo Laboratório de Ecologia da Restauração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e coordenada pela professora Dra. Gislene Ganade, utiliza canos de PVC como vasos para germinar mudas nativas da Caatinga. Após um período em estufa, as raízes das mudas alcançam um metro de comprimento, facilitando sua adaptação ao ambiente de plantio e aumentando as chances de sobrevivência na semiaridez do bioma caatinga.
A Associação Caatinga já criou 33 Reservas Particulares do Patrimônio Natural e três Unidades Públicas de Conservação, mantém protegidos 103.668 hectares e elaborou e executa 14 planos de manejo. Já plantou 296 mil mudas nativas, já restaurou 254 hectares de caatinga e regenerou, de modo assistido, 2.200 hectares na Serra das Almas.
Tem mais: disseminou 1.480 tecnologias sociais e apoia 4 mil famílias com ações socioambientais nos municípios de Granja, Morrinhos, Paraipaba e Crateús, no Ceará, e Buriti dos Montes, no Piauí.
Por tudo isto, a Associação Caatinga recebeu 12 prêmios nacionais e internacionais, entre eles ODM Brasil, Von Martius de Sustentabilidade, Dryland Champions, Tecnologia Social – com Certificação da Fundação Banco do Brasil, PNUD, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Reserva da Biosfera da Caatinga – da Unesco e Visionaris.