Boa notícia para a agricultura irrigada do Ceará! O ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Goes, deu sinal verde para que o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) transfira para a Federação da Agricultura e Pecuária (Faec) para a Secretaria do Desenvolvimento Econômico (SDE) do governo estadual cearense a gestão do Perímetro Irrigado de Varjota, no Vale do Acaraú.
Esse perímetro tem 3.200 hectares de área infraestruturada – com canais principal e secundários de irrigação – mas apenas 679 hectares estão a produzir, A intenção da Faec e da SDE é, no curto prazo, colocar em produção 100% do perímetro, para o que será feita uma rigorosa seleção dos irrigantes.
O presidente da Faec, Amílcar Silveira – acompanhado do senador Cid Gomes, do empresário Luiz Roberto Barcelos, presidente da Rede Nacional de Agricultura Irrigada (Renai) e sócio e diretor da Agrícola Famosa, que produz melão em Icapuí, e do secretário Executivo da SDE, agrônomo Sílvio Carlos Ribeiro – foi recebido ontem em audiência pelo ministro Waldez Goes, com quem tratou do assunto.
Amílcar Silveira deu detalhes ao ministro do que pretendem a Faec e a SDE: transformar o Perímetro Irrigado de Varjota “num projeto inteligente, certificado, com produção voltada para a exportação”.
O presidente da Faec assegurou que os irrigantes já instalados no perímetro “manterão suas áreas e continuarão a produzir o que já produzem”, mas o restante da área terá gestão compartilhada da Faec com a SDE.
“Vamos entrar em contato com um distribuidor europeu para que possamos iniciar a produção com contrato de exportação assinado”, disse hoje à coluna Amílcar Silveira, acrescentando que a atual direção do Dnocs, liderada pelo pernambucano Fernando Marcondes Leão e com a qual a Faec vem mantendo entendimentos há três meses, concorda com a ideia.
Sem citar o nome, o presidente da Faec revelou que sua instituição contratou um especialista panamenho, especializado em irrigação e na gestão de perímetros irrigados, “que já chegou aqui e está elaborando o nosso projeto, que, quando estiver totalmente elaborado, buscará a Certificação EGS” (sigla em inglês para governança ambiental, social e corporativa).
Na opinião de Silveira, a manutenção de um perímetro irrigado custa caro e o governo não tem recursos para isso, cabendo à iniciativa privada fazê-lo.
“A Faec e a SDE animarão o processo inteiro, vão tocar o projeto até sua entrega definitiva aos produtores rurais”, concluiu Amílcar Silveira.