Enel Ceará x consumidores: crise que não deveria existir

Vozes sensatas sugerem que a Enel permita que os próprios grandes clientes cearenses projetem e executem seus projetos e não empresas terceirizadas de discutível eficiência.

Legenda: O Grupo Enel é um portento do setor de energia. Não faz sentido prolongar a crise da Enel Ceará com seus grades clientes
Foto: Divulgação

Assim como a Ucrânia, a Enel Ceará está sob fogo pesado de quem produz e trabalha na agropecuária da Chapada do Apodi e de outras regiões do Estado, em cuja geografia tem o monopólio da distribuição de energia elétrica. 

Mas não será difícil chegar a um acordo de paz entre as partes. 

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Vozes sensatas estão sugerindo que a direção da Enel – tanto a nacional quanto a regional cearense – tome uma só providência: permita que seus grandes clientes, nas cidades e no campo, eles mesmos, projetem e executem os serviços necessários à ligação da energia elétrica nos seus estabelecimentos. 

Aprovados pelo setor de engenharia da Enel, os projetos seriam executados por empresas contratadas pelos clientes. 

Concluído o serviço, novamente o setor de engenharia da distribuidora fiscalizaria o que foi feito e, se tudo estivesse em ordem, autorizaria a ligação.
 
“Tudo seria executado de modo expedito, com a utilização de equipamento moderno e confiável, e a Enel não sofreria o desgaste que está sofrendo agora”, disse um desses grandes consumidores de energia, que culpa a ineficiência das empresas terceirizadas da distribuidora pelos permanentes atrasos na execução das obras.

Esta coluna recebeu, nos últimos três dias, várias mensagens de seus leitores – pessoas físicas e jurídicas –   contendo denúncias de atraso na execução de serviços de ligação de energia em residências, em fazendas agropecuária, em condomínios residenciais nas praias cearenses e, acreditem, em uma repartição pública.
 
A Enel Ceará é uma empresa controlada por um dos maiores grupos empresariais do setor de energia elétrica da Europa – o Grupo Enel. Aqui no Brasil, o grupo controla, também, a Enel Distribuição Rio, do Rio de Janeiro; a Enel Distribuição Goiás; e a Enel Distribuição São Paulo.

No Brasil, o Grupo Enel controla três empresas geradoras de energia: a Enel Green Power Cachoeira Dourada, no município de mesmo nome, em Goiás; a Enel Green Power Volta Grande, em Miguelópolis, São Paulo; e a Enel Fortaleza, que opera uma usina termelétrica movida a carvão mineral localizada no Complexo do Pecém, no município cearense de São Gonçalo do Amarante.

A Enel tem, ainda, no Brasil, uma empresa de transmissão de energia, a Enel Cien, que converte e transmite energia elétrica do Brasil a Argentina e vice-versa.
 
Como se observa, o Grupo Enel é um portento. Não tem, pois, cabimento prolongar essa crise de relacionamento com grandes clientes no Ceará, causada por falhas operacionais que já deveriam ter sido superadas. 

ENERGIA: O BOM FUTURO DO SINDENERGIA

Luís Carlos Queiroz, presidente do Sindicato da Indústria de Energia do Ceará (Sindenergia) e CEO da B&Q Energia, está entusiasmado com o crescimento de sua entidade.

Ela já se aproxima de 80 associados e, ao longo deste ano, deverá alcançar a centena.

Nos corredores da Casa da Indústria, na Avenida Barão de Studart, a aposta é no sentido de que o Sindenergia – por causa dos grandes projetos de geração de energias renováveis e de produção do Hidrogênio Verde e da chegada de grandes e novas empresas do setor – será transformado no mais importante sindicato da Fiec.

Por isto mesmo, Luíz Carlos Queiroz não cansa de repetir que o foco de sua gestão no Sindenergia tem o objetivo de transformá-lo “num ambiente de negócios”.

Coincidência ou não, já houve algumas fusões no âmbito do sindicato.

JERI E JUAZEIRO FORTES NO TURISMO 

Igor Pires de Melo Braga, cearense, engenheiro aeronáutico pelo ITA, licenciado em física, mestrando em engenharia de petróleo pela UFRN e observador permanente de pousos e decolagens de aviões em todo opaís, transmite a esta coluna uma informação que revela a força do turismo cearense.

No último mês de janeiro, os aeroportos regionais de Juazeiro do Norte, no Sul do Ceará, e de Jericoacoara, no Litoral Noroeste do estado, movimentaram, juntos, um pouquinho mais de 100 mil passageiros. 

Um recorde – ele revela.

Os aeroportos regionais de Petrolina e Fernando de Noronha, no vizinho estado de Pernambuco, movimentaram apenas 64 mil.
Ele acrescenta: o Fortaleza Airport, administrado pela Fraport, movimentou em janeiro passado 600 mil passageiros. Se nada atrapalhar, poderá fechar 2022 na marca de 8 milhões de passageiros embarcados e desembarcados