Em novembro, Fortaleza será a capital da agricultura irrigada

Congresso Brasileiro de Irrigação e Drenagem será realizado no Centro de Eventos com pesquisadores nacionais e estrangeiros

Escrito por
Egídio Serpa egidio.serpa@svm.com.br
(Atualizado às 08:07)
Legenda: A irrigação por gotejamento (foto) é hoje a tecnologia mais moderna da agricultura, que produz mais com menos água
Foto: Divulgação
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Fortaleza receberá, nos próximos dias 3, 4 e 5 de novembro, no Centro de Eventos do Ceará, o Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem (Conrid), que reunirá aqui a nata dos atores envolvidos com a temática da água no meio rural, os quis debaterão sobre o seu tema central: “A Expansão Sustentável da Área Irrigada: Gestão Hídrica, Tecnologia e Resiliência Ambiental”.  

Virão até aqui pesquisadores, técnicos e professores nacionais e estrangeiros. O formato do Conrid prevê mesas redondas, palestras, reuniões institucionais, minicursos, publicação de trabalhos científicos na modalidade pôster e apresentações orais. 

Paralelamente ao Conrid, será realizado o Inovagri International Meeting, que é uma referência internacionais sobre irrigação, e o V Simpósio Brasileiro de Salinidade e Agricultura Sustentável no Semiárido Tropical.  

Coordenador do Congresso, o agrônomo Sílvio Carlos Ribeiro, presidente da Associação Brasileira de Irrigação e Drenagem e, também, secretário Executivo do Agronegócio da Secretaria do Desenvolvimento Econômico do Governo do Ceará, informa que os três eventos terão foco nas novas tecnologias de irrigação e no uso da Inteligência Artificial. A palestra magna de abertura do evento será feita pelo professor doutor Durval Dourado Neto, da USP/Esalq, que abordará “O futuro da agricultura irrigada no Brasil: desafios e oportunidades para expansão sustentável”. 

Na primeira das mesas redondas será debatida “A Inteligência Artificial e sensoriamento remoto na otimização da gestão hídrica”; o primeiro minicurso tratará a respeito de um tema atual: “Nova abordagem no dimensionamento de adutoras: riscos e soluções”; no Workshop número 1, o assunto será “Estratégia de apoio para irrigação”. Cinco doutores e pesquisadores da Universidade da Califórnia Davis (EUA) e um da Universidade de Concepcion, do Chile, falarão sobre “A experiência da Agricultura Irrigada na Califórnia”, que é o estado norte-americano que lidera a produção agrícola nos EUA.  

A Mesa Redonda 2 tratará da “Economia circular na agricultura irrigada: reuso de água e valoração dos recursos naturais”, ao passo que a Mesa Redonda 3 terá como tema “Agricultura irrigada e estratégias de mitigação na degradação do solo”, algo de interesse dos agricultores brasileiros, os cearenses incluídos. 

Na Mesa Redonda 4, engenheiros e agrônomos debaterão sobre outro tema instigante: “Preservação de sistemas hidráulicos: manutenção, segurança hídrica e prevenção de falhas”. Na Mesa Redonda 5, outro tema de interesse: “Investimentos públicos e privados para a expansão da irrigação”. Nesta mesa, estará presente o empresário e consultor em agricultura Luiz Roberto Barcelos, que falará sobre como desenvolver relações institucionais. 

A extensa programação do Conrid contemplará todos os aspectos das atividades ligadas à agricultura irrigada, ao uso das tecnologias e da Inteligência Artificial.  

“O Corind 2025 será um Congresso eminentemente científico e tecnológico voltado para o universo do agro brasileiro, máxime para a sua agricultura irrigada, que cresce e se moderniza em alta velocidade, sendo hoje referência mundial”, como faz questão de destacar Sílvio Carlos Ribeiro. 

Há 15 dias, uma missão técnica e empresarial mobilizada pela Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará (Faec) e pela Associação Brasileira de Irrigação e Drenagem esteve na Espanha, visitando seus principais centros de agricultura irrigação, incluindo Almeria e seus quase 100 mil hectares de cultivo protegido (sob estufas). Essa tecnologia já se aplica no Brasil, inclusive no Ceará, onde, na região da Ibiapaba, ela foi apropriada e melhorada por grandes empresários produtores de tomate, pimentão colorido e outros hortifrutis. As estufas ibiapabanas são mais modernas, construídas com material mais resistente, têm altura até três vezes maior do que a das estufas de Almeria e usam, também, a tecnologia da irrigação por gotejamento.  

Na região da Ibiapaba, estão instaladas em seus vários municípios estufas de cultivo protegido que alcançam o equivalente a 600 hectares. É muito pouco em relação ao que se passa no Sul da Espanha, mas este repórter pode dizer, conhecendo as duas realidades, que o cultivo protegido cearense tem melhor qualidade do que a espanhola.  

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