CNI leva mais de 100 empresários para acompanhar Lula na Ásia
São industriais e agropecuaristas que participarão dos fóruns econômicos na Indonésia e na Malásia, ampliando os negócios do Brasil com esses países
Mais de 100 industriais e da agropecuária brasileiras, mobilizados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), integram a missão empresarial que acompanha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na sua visita à Indonésia e à Malásia, nesta semana. O principal objetivo da viagem é estreitar as relações com os países da Ásia e ampliar o comércio entre os países.
A missão empresarial é coordenada pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil). A CNI é parceira da Apex na realização do Fórum Econômico Brasil-Indonésia, marcado para amanhã, quinta-feira, 23, em Jacarta, e do Fórum Econômico Brasil-Malásia, que ocorrerá no domingo, 26, em Kuala Lumpur. Os eventos contarão com painéis empresariais e institucionais, reuniões bilaterais e encontros de negócios.
“Mais uma vez a indústria está presente, ao lado do governo brasileiro, em fóruns econômicos do Brasil junto a países estratégicos. A nossa ideia é posicionar a diplomacia empresarial na construção de uma agenda relevante para a ampliação e variação de oportunidades comerciais”, como diz o superintende de Relações Internacionais da CNI, Frederico Lamego.
Um estudo da Apex Brasil aponta que há grande potencial de o Brasil ampliar as relações comerciais com a Indonésia em setores como agroindústria, têxtil e defesa. Nos últimos anos, o Brasil registrou alta nos negócios comerciais com ambos os países asiáticos. Em 2020, tivemos um superávit de US$ 1 bilhão com a Indonésia, que se comsolidou como o terceiro principal investidor da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) no Brasil, em 2023.
Em setembro do ano passado, o comércio bilateral entre Brasil e Indonésia alcançou US$ 567,8 milhões. As exportações brasileiras somaram US$ 373,3 milhões, e as importações US$ 194,5 milhões. A Indonésia ocupa o 19º lugar entre os destinos das exportações brasileiras. O Brasil exporta principalmente farelo de soja, óleos brutos de petróleo, açúcares e melaço, enquanto importa gorduras e óleos vegetais, calçados e peças automotivas. Há também investimentos recíprocos em setores como mineração, sucroalcooleiro, papel e celulose, tabaco e têxteis.
Na Malásia, o comércio bilateral chegou a US$ 487,2 milhões no mesmo período, com US$ 346,4 milhões em exportações brasileiras e US$ 140,9 milhões em importações. O país ocupa o 23º lugar entre os principais destinos das exportações do Brasil.
Para a CNI, diante das recentes turbulências nas relações comerciais no mercado global, especialmente com as taxações dos Estados Unidos, passa a ser estratégico para o Brasil analisar as oportunidades de negócios e a agenda prioritária com outros países.
A secretária-executiva dos Conselhos da Europa e Ásia da Gerência de Promoção Comercial da CNI, Ludmila Carvalho, que representa a CNI na missão, avalia que as visitas à Indonésia e à Malásia abrirão oportunidades e agendas para a melhoria do ambiente de negócios do Brasil com os dois países.
“Essa participação empresarial, inclusive, está alinhada com a estratégia demandada pelas federações estaduais das indústrias, por meio da Rede Brasileira de Centros Internacionais de Negócios (Rede CIN), de identificação de oportunidades para ações de promoção comercial”, afirma Ludmila.
Veja também