Economista chefe da Caixa Asset diz: meta fiscal será cumprida

Ramon Wiest falou ontem para 50 empresários cearenses sobre os cenário da economia do Brasil, dos EUA e da China

Escrito por
Egídio Serpa egidio.serpa@svm.com.br
(Atualizado às 03:56)
Legenda: O economista chefe da Caixa Asset, Ramon Wiest (foto), está otimista com o cenário da economia brasileira
Foto: Egídio Serpa
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Falando ontem à noite no auditório do edifício BS Design para 50 empresários de diferentes ramos da indústria cearense, entre eles Beto Studart, controlador do Grupo BSpar;  João Fiúza, socio majoritário e CEO da Construtora Diagonal; e Marcos Novaes, da Novaes Engenharia, o economista chefe da Caixa Asset, Ramon Wiest, mostrou-se otimista com o cenário da economia brasileira e fez uma aposta, ao dizer: 

“A meta fiscal de superávit primário deste ano será cumprida”. 

Ele nem havia terminado a frase, quando uma voz do auditório o indagou em alto e bom som: 

“O senhor acredita nisso, mesmo com o pacote de R$ 30 bilhões para socorrer as empresas exportadoras punidas com o tarifaço de 50% imposto pelo governo dos Estados Unidos?” 

De pronto, ele disse que sim, e explicou que quase todos os recursos desse Evereste de dinheiro virão de Fundos Garantidores já existentes e que oferecem segurança aos investidores e empresas, protegendo seus investimentos e operações de crédito em situações de risco, como a de agora. 

Wiest lembrou que a inflação está recuando e continuará assim pelos próximos meses como consequência positiva do choque de ofertas que já começa a acontecer por força do tarifaço. Como não será da noite para o dia que as empresas exportadoras conquistarão novos mercados para os seus produtos, a saída para minimizar as perdas será o mercado interno, que é grande, mas não suficientemente grande para absorver todo esse excedente. 

Ele também abordou a economia dos Estados Unidos, que, exatamente por causa do tarifaço, terá problemas de inflação que já começam a surgir, o que levanta dúvidas sobre o que fará o Federal Reserve em relação aos juros, que hoje oscilam entre 4,25% e 4,50% ao ano. Há sinais de que o FED fará cortes em suas próximas reuniões, e por causa disto mesmo o dólar perde força nos mercados, fortalecendo outras moedas, como real brasileiro. 

Sobre a China, Ramon Wiest repetiu o que os economistas vêm dizendo: sua economia segue perdendo dinamismo porque o seu mercado imobiliário, responsável pelo extraordinário crescimento da economia do país nos últimos 20 anos, dá sinais de exaustão. Ele disse que o PIB chinês cresce hoje a taxas que variam em torno de 5%, um terço do que crescia há 20 anos. 

Quanto à economia brasileira, o economista-chefe da Caixa Asset – empresa que lidera os novos negócios do banco – reafirmou que a meta fiscal do governo será alcançada, mas frisou que os anos de 2026 e 2027 serão difíceis. Mesmo assim, ele projeta crescimento do PIB em mais de 2% neste ano, de 1,8% em 2026 e de 2% em 2027. 

Wiest não disse, mas a previsão dos seus colegas economistas, que é a mesma, indica que no próximo ano, um ano de eleição presidencial, os gastos do governo aumentarão e é aqui que residirá o problema, uma vez esses gastos já ultrapassaram, em 2025, o limite do razoável.  

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