Davaca pode instalar fábrica de lacticínios em Maracanaú

Empresa baiana pode aproveitar antigas instalações da Danone e. também, os incentivos fiscais do Governo do Ceará. Leia mais: 1) Funceme acerta de novo; 2) Uma análise otimista da economia cearense; 3) China encolheu no último trimestre

Legenda: A Davaca produz leite e uma grande variedade de queijos
Foto: salvadornotícias.com

Na Bahia, onde também é líder do mercado de lacticínios, a cearense Betânia Lácteos – cuja liderança se estende por toda a região Nordeste – enfrenta a concorrência de algumas empresas, entre as quais a Lacticínios Davaca, cujo parque industrial está instalado no município de Ibirapuã, no extremo Sul baiano.

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Pois bem. Esta coluna está informada de que o empresário mineiro Rutz Viana, dono da Lacticínios Davaca, estuda a possibilidade de replicar essa concorrência aqui no Ceará, onde, no município de Morada Nova, no sertão central cearense, a Betânia tem sede. 

Uma fonte bem-informada sobre a pecuária nordestina disse ontem a esta coluna que essa viabilidade será facilitada, se Rutz concordar com a ideia de instalar sua fábrica nas mesmas antigas instalações em que, até muito recentemente, operou a planta de lacticínios da multinacional francesa Danone, em Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza.  
 
Ao longo desta semana, haverá novidades sobre este assunto.

Uma pesquisa na internet aponta que a Davaca produz leite e uma extensa lista de derivados, incluindo queijos – o Mussarela, o Parmesão, o Frescal e o de Coalho no meio – manteiga e requeijão, mas não produz iogurte, área em que a Betânia é campeã, também. 

Assim como a Betânia, que usa o Instituto Luiz Girão para isso, a Davaca de Rutz Viana também presta assistência técnica aos seus mais de 2 mil fornecedores de leite, que se concentram praticamente nos municípios do entorno de Ibirapuã. 

Neste ponto, há outra vantagem da empresa cearense: ela, por meio do mesmo Instituto Luiz Girão, financia a compra de matrizes para os seus fornecedores.

Uma nova indústria de lácteos no Ceará será, em primeiro lugar, uma boa notícia para os pequenos produtores, que, com certeza, passarão a dispor de mais uma opção de venda do seu leite – hoje, além da Betânia, existem apenas pequenas indústrias de lacticínios que produzem, principalmente, queijos. 

A concorrência é condição “sine qua non” para a plena operação do livre mercado, e tanto a família Girão, controladora da cearense Betânia Lácteos, quanto Rutz Viana, sócio majoritário da baiana Davaca, têm ciência disto.

O Governo do Estado tem um cardápio de incentivos fiscais à disposição de quem quer investir no Ceará, e seus porcentuais variam de acordo com a localização do empreendimento. Esse cardápio é maior, por exemplo, para quem se implanta em Morada Nova, do que para quem o faz em Maracanaú.

ECONOMIA SEGUE COMPLICADA

Carlos Kawall, Gustavo Ribeiro e Leonardo Costa, economistas da Asa Investments, transmitiram sábado, 15, aos seus clientes o seguinte: 

“Atividade em baixa, dólar em alta, inflação sem dar trégua, populismo fiscal e retrocesso nas reformas não combinam com um mundo menos benevolente”.
 
E A FUNCEME ACERTOU DE NOVO

Aplausos para a Funceme, cujo presidente, Eduardo Sávio Martins, antecipou para esta coluna, em meados de dezembro, que neste mês de janeiro o Ceará teria chuvas acima da média histórica.
 
E é o que está acontecendo. 

A Funceme ainda anunciará, oficialmente, sua posição em relação à estação das chuvas de 2022.

UMA ANÁLISE BEM OTIMISTA

Célio Fernando, um dos mais requisitados consultores em economia do Ceará e, hoje, secretário Executivo de Inovação da Casa Civil do Governo do Estado, transmite a esta coluna uma curta análise da cena da economia cearense diante da cena nacional:

“As perspectivas das variáveis macroeconômicas para 2022 – inflação alta, elevação dos juros dos atuais 9,25% para até 11,25% e o atual patamar de volatilidade do câmbio, entre R$ 5,50 e R$ 5,70 – apresentam um quadro sensível e nervoso, principalmente diante da ciclotimia do período eleitoral. 

“Tenho analisado formas para que, localmente, possamos superar essas adversidades, entre as quais ações focadas no âmbito microeconômico (adaptação empresarial), com planos de negócios voltados para o desenvolvimento e a expansão, reordenamento de tecnologias e de processos, além de recursos humanos dotados de maior qualificação. 

“Do outro lado, o olhar no ambiente de negócios, na busca de maior eficiência político-institucional e da melhoria na Governança Pública poderá favorecer um movimento contracíclico no Estado do Ceará. 

“Exemplos: equilíbrio nas finanças públicas, transparência, segurança jurídica, processos desburocratizados. Nessa direção,   oferecemos a confiança necessária para, localmente,  ampliarmos  os investimentos, o emprego e a renda.”

ECONOMIA CHINESA ENCOLHE 

Informação de hoje procedente de Pequim: 

A economia da China cresceu 8,1% em 2021, mas no último trimestre houve uma súbita redução de 4%, pior do que a de 4,9% registrada no trimestre anterior (julho, agosto, setembro).

Causas: o aumento dos casos da Covid-19 e a crise no setor imobiliário, que, segundo os analistas, persistirão durante este 2022. O setor imobiliário representa 30% do PIB chinês.

É má notícia para o mundo, incluindo o Brasil: podem ser reduzidas as importações de commodities, como minério e soja, por exemplo.