Consórcio dos EUA ganha leilão e implantará usina a gás em Pecém

O consórcio Portocém, vencedor do leilão, investirá R$ 4,2 bilhões, consumirá gás natural fornecido pela Shell, operará um píer exclusivo no porto e funcionará em três anos e meio.

Legenda: Paulo Monteiro (foto), que liderou a implantação de três usinas termelétricas no Pecém, liderou tambem o processo que terminou com a vitória da Portocém no leilão de energia de hoje 21/12
Foto: Diário do Nordeste/Arquivo

Emílio Vicens, presidente da norte-americana Ceiba, que integra o consórcio Portocém, grupo de empresas dos Estados Unidos apoiado pelo Denra – um Fundo de Investimentos em Energia dos Estados Unidos – vencedor do leilão realizado hoje para a implantação de uma Usina Termelétrica a Gás Natural no Complexo do Pecém – virá a Fortaleza nos primeiros dias de janeiro.

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Esta informação foi transmitida a esta coluna por Paulo Monteiro, um mato-grossense desenvolvedor de projetos de geração de energia que tem estreita relação com o Ceará: foi ele quem, como diretor da extinta MPX, de Eike Batista, comandou a instalação de três usinas termelétricas aqui, incluindo a Pecém 1 e Pecém 2, que, juntas, geram mais de 1,3 mil MW.
  
E foi ele quem, também, coordenou todo o processo que levou o consórcio norte-americano a participar e vencer o leilão desta terça-feira.

A Usina Portocém – nome da UTE que o consórcio norte-americano construirá no Complexo do Pecém – consumirá investimentos de R$ 4,225 bilhões e operará dentro de três anos e meio, segundo adiantou Paulo Monteiro.

A nova UTE do Pecém terá potência instalada de 1,5 GW e todo o gás que ela consumirá será fornecido pela Shel, de acordo com Paulo Monteiro, que, logo após o término do leilão, realizado em São Paulo, almoçou com Emílio Vicens.

“Estou muito feliz, porque é mais um grande investimento que carrego para o Ceará, e mais um de geração de energia elétrica. O montante do investimento certamente contribuirá para o desenvolvimento sócio-econômico do Ceará”, disse Monteiro.

Ele também informou que a Portocém operará um píer exclusivo no Porto do Pecem, mas sobre isso não pode dar mais detalhes, mesmo porque isso dependerá de tratativas a serem feitas com a direção da Companhia do Desenvolvimento do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP S/A), que administra o Porto do Pecém e a ZPe do Ceará. 

Para o secretário do Desenvolvimento Econômico e Trabalho do Governo do Ceará, Maia Júnior, a chegada do Portocém com sua termelétrica de 1,5 mil megawatts (ou 1,5 gigawatts), transmitiu a seguinte opinião: 

"Estamos em processo de ransição energética (da energia fóssil para as renováveis). A energia elétrica movida pelo gás natural ainda será útil e importante, além de arantir a disponibilidade de gás natural no Ceará".