CEO da Global Wind Power visita fábrica da Aeris no Pecém
Bem Backwell conversou com Alexandre Negrão sobre os grandes desafios da indústria eólica, que enfrenta a redução de encomendas
Bem Backwell, CEO da Global Wind Energy Council (GWEC) fez uma visita institucional à Aeris Energy, fabricante de pás eólicas para geradores de energia, cuja unidade está localizada no Complexo Industrial e Portuário do Pecém, no Ceará.
Recepcionado por Alexandre Negrão, CEO da Aeris Energy, Backwell conversou sobre a situação atual da indústria eólica brasileira, os desafios enfrentados pelo setor no Brasil e os preparativos para a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), que acontecerá em Belém–PA, em novembro de 2025.
O Global Wind Energy Council (GWEC) é uma organização internacional que representa a indústria global de energia eólica, reunindo empresas, associações e organizações envolvidas no desenvolvimento e na expansão dessa fonte de energia renovável.
Presente em mais de 80 países e com cerca de 1.500 membros, o GWEC tem como missão promover o crescimento e a sustentabilidade do setor eólico, defendendo políticas públicas favoráveis à energia renovável e facilitando a troca de conhecimento e experiências entre os diversos atores do setor.
Durante a visita à Aeris, entre os assuntos abordados, destaca-se a intenção do setor eólico de triplicar a capacidade de geração de energias renováveis até 2030, compromisso que visa não apenas impulsionar a geração de energia limpa, mas também consolidar o papel do Brasil como líder global na produção de energia eólica.
"Muitos países ainda têm falta de suplaiting (fornecimento) e o Brasil está posicionado muito estrategicamente, quando pensamos em geração por energia eólica, principalmente no Nordeste, no Ceará. Aqui tem tudo para ser um Hub para energias renováveis, podendo ter uma parte direcionada à livre demanda e outra para exportação, encaixando-se no mercado mundial", disse Backwell após a visita.
O CEO da Global Wind Energy Council avaliou que o atual momento desafiador enfrentado no Brasil pelo setor ocorre devido à baixa demanda e à falta de infraestrutura de transmissão e conectividade. A dificuldade de expandir a rede elétrica e garantir a conexão eficiente das usinas eólicas às regiões de consumo tem gerado obstáculos significativos para o crescimento do setor.
Além disso, a insuficiência de projetos de transmissão adequados tem limitado o aproveitamento total do potencial das fontes renováveis, resultando em uma subutilização da capacidade instalada.
Os incentivos às offshore na indústria eólica também estiveram em pauta durante a visita. As usinas eólicas offshore, que aproveitam os ventos no mar, têm um grande potencial de expansão e podem representar um avanço na matriz energética do país, considera Backwell.
Para ele, é essencial que o Governo brasileiro continue o bom trabalho no desenvolvimento do ambiente regulatório favorável, com políticas públicas e incentivos que viabilizem os projetos, além de priorizar a transição para uma matriz limpa e sustentável. Ao fazer isso, o Brasil não só contribuirá para a mitigação das mudanças climáticas, mas também se posicionará como exemplo global, atraindo investimentos e promovendo a inovação tecnológica no setor.
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