Ceará tem 2 mil queijarias ilegais na mira da Adagri

Governador Elmano de Freitas manda admitir os 120 aprovados no concurso para fiscais da Agência de Defesa Agropecuária

Escrito por
Egídio Serpa egidio.serpa@svm.com.br
(Atualizado às 03:39)
Legenda: Foto de queijos e outros lácteos de origem desconhecida, apreendidos pela Polícia em Fortaleza
Foto: Divulgação

Há duas mil queijarias ilegais instaladas e operando no Ceará, quase todas elas em municípios do interior do estado. Quem o revela é o presidente da Agência de Defesa da Agropecuária (Adagri), Elmo Belchior Aguiar. Ele, porém, abre um largo sorriso para transmitir uma excelente informação: o governador Elmano de Freitas autorizou a admissão dos aprovados no concurso público promovido pelo órgão.

“Com esse novo contingente de pessoal, teremos condição de ampliar e tornar mais rigorosa a fiscalização das atividades de todo o setor de lácteos, incluindo, especialmente, essas queijaras”, disse Aguiar. 

O presidente do Sindicato da Indústria de Lacticínios do Ceará, José Antunes Mota, e seus colegas donos de dezenas de empresas industriais que, formalmente, produzem derivados do leite também aplaudem o governador:

“Foi uma decisão correta e oportuna, uma vez que, a partir da admissão dos novos fiscais, a Adagri, com o apoio da Polícia, terá meios de combater não apenas queijarias ilegais, mas o contrabando de lácteos que diariamente chegam em Fortaleza procedentes de outros estados, destacadamente os do Norte”, comentou Antunes Mota.

A Adagri – a quem os cearenses muito devem pelo árduo trabalho de defesa da agropecuária estadual, o último dos quais foi o de alcançar o status que deu ao Ceará a condição de tornar-se zona livre da aftosa sem vacinação, o que, aliás, foi também obtido por todos os demais estados do país – desenvolve aqui um esforço de fiscalização que é produto da abnegação do seu conjunto de colaboradores. Seu presidente, Elmo Aguiar, não tem dúvida de que a agência, com o novo time de fiscais, “dará um salto de qualidade na execução de suas tarefas”.

Sílvio Carlos Ribeiro, secretário Executivo do Agronegócio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), é outro que destaca a decisão do governador Elmano de Freitas – de autorizar a imediata admissão dos aprovados no concurso da Adagri – como “muito relevante para o setor do agro cearense, que vem crescendo além das expectativas, exigindo mais ação fiscalizadora do governo”.

O contrabando de lácteos a que se refere o presidente do Sindicato da Indústria de Lacticínios acontece, principalmente, com o queijo muçarela, variedade que é a mais utilizada pelas pizzarias de Fortaleza. Esse queijo chega de ônibus, caminhão e carros de passeio, burlando a vigilância da fiscalização sanitária e, também, da Sefaz. De quando em vez, a Polícia Rodoviária Federal e Estadual faz uma “blitz” em pontos estratégicos das rodovias cearenses e apreende toneladas de queijos muçarela sem origem identificada e sem o Selo da Fiscalização Agropecuária.

O mais incrível é que, em grandes supermercados de Fortaleza, podem ser encontradas marcas de iogurtes que parecem iogurtes, mas não são; que parecem creme de leite, mas não são. E tem mais: espertalhões estão produzindo, na zona rural do Ceará e de outros estados, lácteos que trazem marcas cearenses famosas e que, incrivelmente, estão sendo comercializadas abertamente em supermercados locais.

Com o esforço do time de fiscais da Adagri, essa irregularidade deverá ter um fim.

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