De 2020 a 2024, a crise na política e na economia é a mesma

Empresário industrial cearense diz que está esgotado modelo econômico que privilegia setor financeiro

Escrito por
Egídio Serpa egidio.serpa@svm.com.br
(Atualizado às 09:55, em 03 de Julho de 2025)
Legenda: O Congresso Nacional (foto) tem contribuído para o aumento dos gastos do governo. E o Judiciário e o Executivo, também.
Foto: Agência Senado

Começa hoje o segundo semestre de um ano que está passando na velocidade do som. Julho se inicia com as mesmas preocupações de junho, que são as mesmas de todos os 12 meses de 2020, em cujo dia 31 de dezembro o presidente do Sindicato da Indústria de Mármores e Granitos do Ceará (Simagran), Carlos Rubens Alencar, diante do crescimento dos juros e do principal da dívida pública, advertiu por meio desta coluna – uma advertência que está atualizadíssima: “Nos últimos anos, pouca coisa mudou. Na realidade temos uma sociedade extremamente desigual, e isto depõe contra a minha geração. Acredito que o modelo vigente, que privilegia o sistema financeiro em detrimento de quem produz, está esgotado”.  

Despejando no lixo qualquer intenção de dourar a pílula da crise, Alencar engatou a sexta marcha e pisou fundo no acelerador da crítica, e, naquele tempo, disse aos seus colegas empresários industriais:  

“O País necessita de voltar a ter condições de investir, mas isto não será possível apenas com rearranjos paliativos do sistema tributário e fiscal, pois não há mais de onde tirar. Os serviços públicos prestados à sociedade pelo estado brasileiro são muito deficientes e as equalizações que têm de ser feitas são no campo burocrático, onde o espaço de ganhos é mínimo. Alterações profundas teriam de envolver a questão da dívida”.  

Ontem, 30 de junho de 2024, Carlos Rubens Alencar, manteve seu discurso, dizendo, em mensagem transmitida à coluna:  

“É na dívida que se localiza o grande pacto político e social a ser construído no País. Fora disto, continuaremos a ter a sociedade que temos hoje, cuja resultante mais visível é o aumento da violência, expressão cristalina do fracasso humano”. 

Hoje, Rubens Alencar tem a mesma opinião de 10 em cada 10 dos seus colegas economistas: o Brasil exige reformas estruturantes, entre elas a Política, que é a mãe de todas as reformas (regime democrático com mais de 30 partidos leva ao caos), a Administrativa (o estado brasileiro é grande, gasta muito e gasta mal) e uma nova Reforma Previdenciária, cuja conta tem hoje, de novo, déficit crescente).   

Na mesma trilha de Carlos Rubens Alencar, chega a sugestão do leitor Edivan Batista Carvalho, para quem o necessário ajuste fiscal terá de incluir 13 providências, entre as quais as que se seguem: 1) reduzir, anualmente, 5% do total de desonerações, benefícios, incentivos e isenções fiscais (R$860bi em 2025) e não renovar nem prorrogar essas elisões até zerar o valor atual em 20 anos; 2) cruzar o CPF de beneficiários do Bolsa Família e BPC com as Chaves Pix que movimentam R$ 5mil mensais para apurar possíveis irregularidades e cancelar benefícios indevidos; 3) reduzir a quantidade de viagens de servidores federais e utilizar ao máximo ferramentas que permitem reuniões virtuais; 5) reduzir, anualmente, 5% do total das emendas parlamentares (R$ 60 bilhões em 2025), durante cinco anos; 5) reduzir em 50% o volume dos recursos destinados aos Fundos Partidário e Eleitoral; 6) abolir recessos por dois meses para juízes, promotores e serventuários, os quais devem ter férias de 30 dias anuais, não coletivas, conforme escalas; 7) estabelecer o limite de 5% do PIB para amortização e juros da dívida pública.  

Os contribuintes – sejam eles Pessoas Físicas ou Jurídicas -- já conhecem, de cor e saltado, a causa da crise fiscal que castiga o governo e suas contas. E, também, a sua solução. Resta, agora, como sabiamente aconselhou Garrincha em 1958, combinar com os russos que estão nos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, cujas despesas se elevam na mesma velocidade com que passa este ano.  

Como aconselha o leitor Edivan Batista, o governo tem onde cortar despesas do Orçamento sem causar problemas na sua relação com o Parlamento e com o Judiciário. As renúncias fiscais são uma correta e boa saída para que se alcance o equilíbrio orçamentário. Toda a prioridade, agora, deve ser o ajuste fiscal, sem o que a dívida explodirá com efeitos deletérios para toda a sociedade, principalmente para seus estratos mais pobres. 

BNB homenageia Honório Pinheiro 

Honório Pinheiro, sócio e diretor da rede Supermercado Pinheiro, foi convidado para participar do 31º Fórum Banco do Nordeste de Desenvolvimento, com o qual será celebrado os 73 anos de fundação e atuação do BNB na região nordestina. 

O evento acontecerá a partir das 14 horas no auditório Celso Furtado, na sede do BNB, no bairro do Passaré. 

 Honório Pinheiro receberá, o encerramento do Fórum, a Comenda Banco do Nordeste de Desenvolvimento Regional, categoria empresarial, como reconhecimento pelo seu empreendedorismo, “exemplo inspirador nos negócios”, como revela o convite que lhe foi endereçado pelo presidente do BNB, Paulo Câmara. 

 ADVB CEARÁ GANHA PARCERIA DO BNB

Novidade! O Banco do Nordeste (BNB) é o mais novo integrante do Comitê de Fomento ao Empreendedorismo do capítulo cearense da Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil (ADVB Ceará). A parceria foi celebrada pelo presidente da entidade, Wladson Sidney, e pela superintendente de Marketing e Comunicação do BNB, Evineide Dias, marcando um reforço na articulação de iniciativas voltadas ao desenvolvimento do setor produtivo regional.   

“Encontramos na ADVB o ambiente ideal para ampliar nosso compromisso com o desenvolvimento sustentável do Nordeste, fortalecendo nossas redes de colaboração e inovação”, como disse Evineide Dias.  

Para Wladson Sidney, a chegada do BNB ao comitê “uma parceria que agrega força institucional, experiência e propósito; estamos muito felizes com essa conexão que certamente trará frutos valiosos para o ecossistema empreendedor cearense”. 

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