Cabotagem brasileira é a mais cara do mundo

Um cartel de três empresas marítimas controladas por capital estrangeiro torna a viagem de um contêiner do Rio Grande (RS) ao Pecém (CE) semelhante à da China para cá

Legenda: Porto do Pecém, no Ceará, onde é grande a movimentação de contêineres
Foto: Carlos Marlon

Denunciam os empresários e os operadores portuários cearenses: a cabotagem brasileira é a mais cara do mundo!

Prestem atenção: um contêiner carregado de mercadorias chinesas que parte de um dos portos da China para o Brasil tem o mesmo valor, em dólar, do frete marítimo que o mesmo contêiner custaria para ser transportado do porto de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, para o do Pecém, aqui no Ceará. 

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Um navio que zarpa de um porto chinês leva até 50 dias para chegar ao Pecém; do porto de Rio Grande ao porto cearense são apenas cinco dias.

Por quê? Responde um empresário do setor metalmecânico:

“Porque, aqui no Brasil, o transporte marítimo por cabotagem é executado por apenas três empresas, todas multinacionais, que decidem entre si o valor desse frete”. 

Essas empresas são a Aliança, que pertence á dinamarquesa Maersk, a gigante dos mares; a Login, empresa controlada pela MSC, de bandeira suíça, mas de origem libanesa; e a Mercosul Lines, que pertence á francesa CMA/CGM, que controla o Porto do Mucuripe por meio da CMA Terminals. 

Faz muito tempo que a cabotagem brasileira é caríssima, exatamente porque controlada por esse cartel.

Cabotagem é a navegação entre portos do mesmo país.