Quando voltarão a funcionar as duas máquinas tuneladoras que perfuram os túneis da Linha Leste do Metrofor – o metrô de Fortaleza? Essa obra – de pouco mais de 7 quilômetros de extensão – foi iniciada em 2013, paralisada em 2015, relicitada em 2018 e outra vez paralisada em 2021.
Neste momento, estão prontos, apenas, 1.300 metros dos 7.300 metros dos Túneis 1 e 2 da Linha Leste, que começa a 100 metros do Cemitério São João Batista e se estende até as proximidades do Hospital São Mateus, na Avenida Santos Dumont. Estão em construção – há 10 anos – as estações Colégio Militar e Nunes Valente, que, como aqueles dois túneis – o Leste-Oeste e o Oeste-Leste – se encontram 34 metros abaixo da superfície.
Faltou dinheiro? Uma fonte do governo, que pediu anonimato, diz que sim. Mas a secretária Executiva de Obras e Logística da Secretaria de Infraestrutura, (Seinfra), Liana Fujita, diz que não, e reforça a informação, dizendo que, no Orçamento Geral da União (OGU) deste ano, há R$ 660 milhões para a obra da Linha Leste, cujos túneis estão paralisados 34 metros abaixo da Catedral Metropolitana. Liana Fujita anuncia: as duas tuneladoras voltarão a operar ainda neste mês. Nos últimos dias, elas foram testadas com êxito.
A Linha Leste é vital para a mobilidade urbana da capital do Ceará, quarta maior cidade do país. Ela se conectará com as linhas Sul e Oeste do Metrofor e com o ramal do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) que liga Parangaba, no Sul, ao Porto do Mucuripe, no Leste. Essa malha metroviária colocará Fortaleza como a cidade mais bem conectada das regiões Nordeste e Norte do país.
Pode parecer preconceito, mas obra pública no Brasil – o Ceará no meio – é motivo para todo tipo de especulação. A construção da Linha Sul do Metrofor, que liga o centro de Fortaleza até além de Maracanaú, é um exemplo do desleixo com que os governos – qualquer que seja ele – tratam projetos de interesse coletivo.
Na construção dessa linha, consumiram-se quase 15 anos, tudo de acordo com a tradição do serviço público deste Brasil tropical. Em 15 anos, a China construiu a sua moderníssima malha ferroviária, por cujos trilhos correm trens de alta velocidade.