A corrupção, a impunidade dos corruptos e o choro dos brasileiros

Como sugere a tradição, a possibilidade de serem punidos os responsáveis pelas fraudes do Banco Master e pelo escândalo do INSSS é zero. ZE-RO!!!

Escrito por
Egidio Serpa egidiio.serpa@svm.com.br
(Atualizado às 04:42)
Legenda: Luxuosa sede do Banco Master, uma casa financeira que, enquanto operou, praticou fraudes bilionárias. Seus donos estão em liberdade
Foto: Agência Brasil / Rovena Rosa
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Aturdidos diante da recente decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, de impor segredo de justiça às investigações que a Polícia Federal desenvolve para apurar as causas, os responsáveis e os beneficiados pelo escândalo do Banco Master – uma casa que, segundo o que já foi apurado, era especializada em fraudes financeiras – os brasileiros estamos cientes de que, pela tradição nacional em casos semelhantes, a chance de alguém ir para a cadeia é zero. ZE-RO!!! 

Pelo que se lê, pelo que se diz, pelo que se escuta e pelo que se vê na tevê, o empresário Daniel Vorcaro, dono do Master, e seu conjunto de sócios tinham, na sua ampla lista de, digamos assim, apoiadores, gente muito importante do “andar de cima” do edifício institucional do país (como diz o mestre Élio Gáspari). O contribuinte – que sustenta com seus impostos a pesadíssima e caríssima máquina do serviço público do país – estaria muito feliz se pudesse acompanhar, comovinha acompanhando, a marcha das investigações sobre os malfeitos do Banco Master. Infelizmente, não pode mais. 

Pelo que até agora foi divulgado, incluindo a decisão do ministro Dias Toffoli, fica a impressão de que, no Brasil, o crime compensa, principalmente se ele for praticado por personalidades influentes, com direta conexão com os que manobram os cordéis nas altas esferas do poder. Nos últimos 20 anos, o Brasil e os brasileiros fomos surpreendidos pela descoberta das maiores falcatruas em empresas públicas, a maioria, e privadas. A do Banco Master é só mais uma a incluir-se nessa lamentável crônica. Surgem perguntas: o Brasil tem jeito? Até quando tudo isso continuará impune? Por que se rouba tanto dinheiro público neste país rico, maravilhoso e carente de líderes competentes e honestos? A disputa ideológica tem a ver com essa inacreditável sucessão de fraudes? Será que o crime organizado chegou mesmo ao “andar de cima”?  

Tendo retomado o regime democrático em 1985, após 21 anos de governos militares, o Brasil, de lá para cá, tenta extirpar, até agora sem êxito, o vírus da corrupção impregnado em sua história desde o tempo do Descobrimento – é só ler a carta do escrivão Pero Vaz de Caminha ao Rei de Portugal. O Brasil não só fracassou em longas tentativas nesse sentido, como permitiu que, nos tempos atuais, nascesse, crescesse e se tornasse o que é hoje: o crime organizado, um polvo cujos tentáculos enlaçaram todos – todos! – os estratos da estrutura administrativa do país.  

O Banco Master e seus sócios são exemplos 100% provados pela Polícia Federal do que pode uma organização criminosa sofisticada, operando livremente no mercado financeiro, corrompendo nas diferentes áreas da administração pública federal, estadual e municipal, mas agora, pelo andar da carruagem, com a possibilidade de obter a impunidade, um prêmio só reservado aos privilegiados do “andar de cima”. La-men-tá-vel!!! 

Paralelamente ao escândalo do Banco Master, corre outro – o do INSS, cuja cúpula dirigente, entre 2016 e 2024, em conluio com um conjunto de sindicatos e organizações de assistência social, desviou pelo menos R$ 6,5 bilhões das contas de velhinhos e velhinhas aposentados e pensionistas. Como no caso do Banco Master, a fraude no INSS – como já ficou provado pelas investigações da Polícia Federal e da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que se desenrola no Congresso Nacional – envolve também gente muito importante do “andar de cima”, neste caso ligada ao Palácio do Planalto. A CPMI já tentou convocar algumas dessas pessoas muito importantes, mas a tropa de choque do governo, maioria na comissão, vetou a tentativa. Para esta coluna, a chance de alguém ser punida pelo escândalo do INSS também é zero. ZE-RO!! Tudo ficará impune. E mais: os autores do desfalque no INSS, além de seguirem soltos, lépidos e fagueiros, não devolverão o dinheiro que tiraram da conta de suas vítimas – os idosos, 90% dos quais vivem da aposentadoria ou da pensão. 

Esta coluna já o disse e o repete agora: tudo isto acontece no Brasil porque a elite política brasileira é ruim, é corrupta e é corruptora. E a causa é a mesma desde os primeiros anos da história deste país: a impunidade. O ex-governador do Rio de Janeiro, corrupto confesso, condenado pela Justiça a 400 anos de prisão, foi absolvido pela mesma Justiça, e hoje ri à toa, desfrutando do dinheiro que subtraiu de contratos celebrados durante sua gestão. Ele ri, o brasileiro chora e o Brasil segue sendo saqueado. 

BOLSONARO INDICA FILHO PARA 2026, E A BOLSA CAI 4,1%

Reagiu muito mal o mercado financeiro à notícia de que o ex-presidente Jair Bolsonaro, preso na sede da Polícia Federal e condenado por tentativa de golpe de estado, indicou o filho Flávio para ser candidato à Presidência da República. Tão a informação foi divulgada, a Bolsa de Valores desabou, fechando o pregão com queda de 4,1%.

A notícia, confirmada por Carlos, outro filho de Bolsonato, repercutiu mal, também, nos meios políticos. Tal mal, que há informações de que se trata de um blefe do ex-presidente, com o objetivo de testar a reação do eleitorado. Se era esse o objetivo, ele foi alcançado.

Empresários ouvidos ontem por esta coluna disseram que Bolsonaro está entregando a faca e o queijo ao presidente Lula, que, assim, terá reeleição tranquila por falta de um adversário forte. 

RIOMAR FORTALEZA REINAUGURA O GAME STATION 

No próximo dia 17, será reinaugurada a loja do Game Station no Shopping RioMar Fortaleza, marcando um novo patamar para parques indoor no Brasil.  

A grande atração da nova fase é a primeira montanha-russa real da rede, acompanhada pelo Time Jump, um equipamento de grande porte que leva para dentro do shopping a mesma adrenalina dos parques de rua. A conferir. 

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