Sete novos asteroides próximos da Terra: uma descoberta impressionante do Observatório Vera C. Rubin
Nenhum dos sete asteroides recém-descobertos pelo Observatório Vera C. Rubin representa ameaça atualmente, mas estudar possíveis cenários é essencial para a defesa planetária
Em uma das primeiras observações realizadas pelo Observatório Vera C. Rubin, localizado no Chile, os astrônomos revelaram de cara uma descoberta de sete novos asteroides próximos da Terra. Eles foram identificados em apenas sete noites de observação recentemente em 2025. Na verdade são Near-Earth Objects (NEOs), objetos podem se aproximar da Terra e possuem chance de colisão com nosso planeta.
Os 7 NEOs descobertos são corpos celestes como asteroides ou cometas cuja órbita os aproxima do nosso planeta. Os dados iniciais indicam que eles têm tamanhos estimados entre 100 e 300 metros de diâmetro e se movem a velocidades típicas de 20 a 30 km/s em relação à Terra.
Um impacto de asteroides com tamanho entre 100 e 300 metros de diâmetro poderia causar efeitos regionais graves, dependendo da velocidade, composição e local da colisão. Mesmo que não atinja o solo, um asteroide pode explodir na atmosfera com força equivalente a dezenas ou centenas de megatons.
Um exemplo disso foi o evento de Chelyabinsk, em 2013, causado por um asteroide de 20 metros que feriu mais de mil pessoas e danificou milhares de edifícios.
Se o asteroide atingir o solo, pode formar uma cratera com até 4,5 quilômetros de diâmetro e liberar energia comparável à de centenas de bombas nucleares. A onda de choque resultante pode destruir construções em um raio de dezenas de quilômetros, além de provocar incêndios em áreas urbanas ou florestais.
No caso de um impacto no oceano, pode gerar tsunamis que atingem regiões costeiras distantes. E embora seja menos provável com asteroides desse porte, impactos maiores podem lançar poeira na atmosfera e afetar o clima global.
Veja também
Programas científicos como ADAM e Sentry simulam essas possibilidades e ajudam a entender os efeitos de impactos futuros. Nenhum dos sete asteroides recém-descobertos pelo Observatório Vera C. Rubin representa ameaça atualmente, mas estudar esses cenários é essencial para a defesa planetária.
Embora a maioria não represente risco imediato, alguns podem cruzar a órbita da Terra e, em casos raros, podem estar acompanhados de asteroides menos e causar impactos significativos.
Os sete asteroides descobertos pelo Rubin são completamente inéditos, nunca antes registrados por outros observatórios. Eles foram identificados graças à capacidade do Rubin de detectar objetos pequenos e rápidos contra o fundo estático de estrelas e galáxias. Esses asteroides foram destacados nas imagens em cores que indicavam sua velocidade e proximidade relativa.
O Rubin é equipado com a maior câmera digital do mundo, com 3.200 megapixels, e foi projetado para escanear todo o céu visível a cada poucas noites.
Essa capacidade permite detectar milhões de asteroides ainda não catalogados, identificar rapidamente objetos em movimento e criar um registro em lapso de tempo do céu noturno ao longo de dez anos, conhecido como Legacy Survey of Space and Time, ou LSST.
Durante apenas dez horas de observações, o Rubin descobriu 2.104 novos asteroides, incluindo sete asteroides próximos da Terra, 2.015 asteroides do cinturão principal, onze troianos de Júpiter e nove objetos transnetunianos.
A descoberta desses sete asteroides é apenas o começo. O Rubin está prestes a revolucionar nossa compreensão. Na defesa planetária, identificar asteroides potencialmente perigosos com antecedência permite desenvolver estratégias de mitigação.
Na ciência planetária, estudar esses objetos ajuda a entender a formação do Sistema Solar. E, para o público geral, o Rubin disponibiliza ferramentas como o Orbitviewer, que permite explorar os objetos descobertos.
Veja também
Com o início oficial do LSST ainda em 2025, espera-se que o Rubin descubra cerca de 100 mil asteroides próximos da Terra nos próximos anos, um salto gigantesco em relação aos cerca de 1,45 milhão de asteroides conhecidos atualmente.
Estamos de prontidão, pelo menos estamos vendo uma grande evolução na defesa planetária contra objetos extraterrestres. Por enquanto, os maiores riscos para a vida terrestre estão aqui mesmo, causados pelo ser humano. Mas o momento de desviar um asteroides desses pode chegar a qualquer momento.
* Esse texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.