Eclipse solar de domingo (21) anuncia a chegada da primavera; entenda

A coincidência de datas não é apenas poética, é científica

Escrito por
Ednardo Rodrigues producaodiario@svm.com.br
Legenda: Eclipse solar parcial em 14 de outubro de 2023 em Fortaleza. Flores na praça da imprensa no Dionísio Torres tirada em setembro de 2025.
Foto: Fotos e composição de Ednardo Rodrigues

Neste domingo, 21, e segunda, 22 de setembro de 2025, o céu do hemisfério Sul marca dois eventos que, embora distintos, se entrelaçam com precisão astronômica: um eclipse solar parcial e o início da primavera. A coincidência de datas não é apenas poética, é científica.

O eclipse é como se fosse uma abertura de cortina. Embora não seja visível no Brasil - haverá transmissão online neste link -, ele poderá ser observado em partes do hemisfério Sul, como o extremo sul da Nova Zelândia, a costa leste da Austrália, algumas ilhas do Pacífico e regiões da Antártica (com “ca” no final). Nessas áreas, a Lua cobrirá até 80% do disco solar, criando uma redução significativa na luminosidade por alguns minutos.

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Mas o que exatamente acontece durante um eclipse solar parcial? A Lua, em fase nova, posiciona-se entre a Terra e o Sol. Quando o alinhamento não é perfeito, a sombra mais escura da Lua (umbra) não atinge a Terra, mas sua sombra parcial (penumbra) sim. Quem está dentro dessa faixa vê o Sol parcialmente encoberto — como se tivesse sido mordido por um disco escuro.

O eclipse deste domingo começa às 14h29 (horário de Brasília), atinge seu máximo às 16h19 e termina às 18h53. Mesmo sem visibilidade direta no Brasil, o evento reforça a sincronia dos ciclos celestes. Há duas semanas, em 7 de setembro, tivemos um eclipse lunar visível por aqui. Eclipses solares e lunares costumam ocorrer em pares, separados por cerca de duas semanas, pois ambos dependem do mesmo alinhamento entre Sol, Terra e Lua.

Já a primavera começa oficialmente no dia 22 setembro com o equinócio - que ocorre quando o Sol cruza o equador celeste. Ele costuma ser lembrado como sendo o momento em que dia e noite têm praticamente a mesma duração. Isso é válido para regiões tropicais onde se encontra o Brasil.

Mas é um equívoco afirmar isso para todo o mundo. Quanto mais próximos dos pólos Norte ou Sul, maior a diferença de horas de céu claro e céu escuro mesmo no dia do equinócio. Nos polos, a noite dura 6 meses e o dia dura os seis meses restantes do ano.

O que de fato o equinócio representa é o ponto de virada das estações, quando o hemisfério Sul começa a receber mais luz solar e os dias se tornam gradualmente mais longos. 

A natureza responde com flores. Mesmo em Fortaleza, eu já percebo certas espécies ornamentadas como a da praça da imprensa em frente a sede da redação. Quando passar por lá não deixe observar a beleza das flores!