Em julho se encerram os festivais de quadrilhas e o céu deu um espetáculo capaz de “encabular” qualquer show pirotécnico. Na madrugada do dia 13 de julho, um meteoro iluminou o céu do Nordeste, mais precisamente sobre a cidade de Picos, no Piauí. Uma enorme bola de fogo caindo do céu foi registrada por diversas câmeras, aparecendo até no show da cantora Simone Mendes.
Percebe-se em outros registros por câmeras de vigilância que, durante uma fração de segundo, o brilho do objeto foi tão intenso que transformou a noite em dia.
Neste caso, o qual o meteoro brilha mais do que a Lua cheia, o objeto é classificado como um bólido. O evento não está associado a nenhuma chuva de meteoros porque é muito grande para pertencer a categoria. Apesar de estarmos nos direcionando para o máximo das capricórnidas (esse nome porque a chuva de meteoros vem aparentemente da constelação de capricórnio) no dia 20 de julho.
Geralmente as chuvas são causadas por resto de poeira de cometas e seus meteoros são muito pequenos. Mas não é o caso do meteoro que iluminou o céu do Nordeste no dia 13, se tratando de um meteoro esporádico. Ele tinha entre 2 e 3 metros de diâmetros, segundo estimativas da Rede Brasileira de monitoramento de Meteoros (BRAMON).
Como seu diâmetro é maior do que 1 metro, o bólido é classificado como sendo um asteroide de acordo com a International Astronomical Union (IAU). Se fosse menor do que 1 metro, seria chamado de meteoróide.
Os cálculos apontam que o objeto atingiu a Terra a uma velocidade de 50.000 km/h correspondendo a mach 41 (41 vezes mais rápido do que som) tendo entrado em um ângulo bem acentuado mais próximo da vertical do que com a horizontal.
Percebe-se que há um brilho de rastro azul, considerada uma cor comum, e depois há um clarão amarelado devido à explosão do bólido. Não se sabe exatamente porque os meteoros explodem ao chegar mais próximo do solo entre 20 e 30 km de altitude. Os asteroides não são feitos de material inflamável nem explosivo como a pólvora. Eles são compostos principalmente de ferro e níquel.
Mas talvez eles se tornem explosivos em condições de alta pressão e temperatura. Eu penso que possa ser algo parecido ao que faz algumas estrelas explodirem quando sintetizam ferro em seus núcleos.
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É interessante que mesmo com toda a ciência avançada hoje em dia ainda existam mistérios a serem resolvidos como este. Mas o importante é que este asteróide não causou problemas pois deve ter liberado toda sua energia na atmosfera. Caso fosse um de 100 metros de diâmetro teria destruído a cidade completamente.
É possível que este asteroide tenha deixado meteoritos e alguém pode encontrá-los. Caso ocorra, para saber se um objeto é um meteorito, a primeira pista é o aspecto de pedra preta com marcas parecidas com marcas de dedos. É uma pedra mais pesada do que as outras e geralmente pode ser atraída por imãs.
Ao contrário da legislação para fósseis, os meteoritos podem ser comercializados. Contudo, já vi casos de usarem meteoritos como peso de papel ou até como calço de porta sem que seus donos soubessem que se tratava de um objeto espacial. O preço não é tabelado e varia de uns R$ 100,00 a R$ 11. 000,00 ou mais dependendo de quem estiver disposto a pagar e da raridade do mesmo. Ele vale mais se for certificado por especialista.
O certificado serve de registro e também pode ser útil para saber se o meteorito é roubado. Quem achar que tem um meteorito em casa e tem dúvidas, pode entrar em contato comigo pelo Instagram (@dr.ednardorodrigue). Ficarei feliz em esclarecer e qualquer atualização sobre o asteroide do Nordeste eu comentarei novamente. Até a próxima!