A saída de Gustavo Morínigo do comando do Ceará, anunciada nesta segunda-feira (24), pegou muita gente de surpresa. O que vem logo à mente é: como o time troca o treinador no meio de uma disputa de título de Copa do Nordeste? Mas, internamente, a troca já vinha sendo pensada há um bom tempo e passa muito mais pela Série B do Campeonato Brasileiro que pela decisão do Nordestão.
É verdade que o Alvinegro jogou bem ao vencer a 1ª partida por 2 a 1, e ao realizar a troca 10 dias antes da decisão contra o Sport, na Ilha do Retiro, o Departamento de Futebol do Vovô assume um risco elevado.
Porém, a mudança já era analisada anteriormente. Acontece agora pelos resultados recentes e também pela semana livre que o novo treinador terá. Falta de variação tática, insistência em alguns jogadores em detrimento a oportunidade para outros, decisões questionáveis em escalações e substituições, além de desempenho ruim contra adversários inferiores pesaram para a decisão.
A saída acontece pela avaliação interna de que, com Morínigo, o Ceará não seria capaz de encarar da melhor maneira o principal objetivo na temporada: a busca pelo acesso na Série B.
É óbvio que o Ceará foca na disputa contra o Sport e quer muito o tricampeonato regional, mas o foco é o Campeonato Brasileiro.
Há o pensamento de que o cenário da maioria dos jogos será similar ao encontrado contra Ituano e Guarani. Times fechados, em que o Ceará precisará demonstrar maior capacidade ofensiva, de propor jogo para criar espaços contra equipes reativas.
A análise foi de que com Morínigo não aconteceria, e as duas derrotas pesadas e com atuações foram demonstração disso, e que com Barroca, pode acontecer.
Se vai dar certo ou não, só o tempo dirá. Mas certo é que esta decisão tem, ao mesmo tempo, coragem e um elevado grau de risco.
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