Richardson e o sério relato de preconceito da arbitragem com times do Nordeste: 'olham diferente'

Meio-campista do Alvinegro falou que o tratamento dos árbitros com os atletas é diferente dependendo do time

Legenda: O volante Richardson é titular no Ceará
Foto: KID JUNIOR

Na tarde desta quinta-feira (8), no programa Jogada 1º Tempo, eu e Denise Santiago recebemos o volante Richardson, do Ceará (entrevista completa abaixo). O meio-campista falou sobre diversos temas, como o trabalho de Lucho, e teve uma revelação particular que chama atenção: a postura da arbitragem com os times do Nordeste.

O camisa 7 do Vovô afirmou que os critérios dos árbitros são diferentes dependendo do clube.

"Eu acho que quando se tem um confronto grande da forma que foi Ceará e Flamengo, é diferente. Eles olham diferente para o clube do Nordeste. Na minha visão, dentro do campo, é assim. Já teve situações em alguns jogos que eu fiz uma falta e tomei cartão amarelo. E o adversário faz uma falta igual ou até pior e eles não dão cartão. Na minha visão, de dentro do campo, eu acho que eles veem sim de uma forma diferente, analisam diferente de acordo com a camisa. Não deveria ser assim. Mas, para ser honesto, para falar a verdade, tem sim diferença".
Richardson
Jogador do Ceará

O relato de Richardson é forte e muito sério. Esta discussão sobre o tratamento diferente de acordo com o "CEP" sempre surge entre torcedores e imprensa. O pensamento de que "na dúvida, será a favor do eixo Sul/Sudeste". Mas é algo que fica no campo do "imaginário", já que não é possível saber tudo que rola em campo e materializar este pensamento.

Mas quando um jogador, um personagem do espetáculo, afirma com todas as letras que, lá dentro das quatro linhas, a postura de quem deve conduzir o jogo de forma absolutamente imparcial é diferente de acordo com clube A ou B, se coloca em xeque a isenção dos árbitros. Mesmo que não todos, mas alguns.

E isso fica evidente quando se observa a diferença de postura. Gabigol demorou até demais para ser expulso contra o Ceará. Foram inúmeros xiliques, xingamentos e atitudes desrespeitosas que poderiam ter culminado no vermelho já bem antes. A tolerância com os times de fora é sempre maior.

"A gente fica numa situação complicada, porque a gente tem que explicar o motivo de ser expulso, mas o árbitro não explica por que ele não viu a mão clara", finalizou o jogador.

Isso é absurdo e reflexo de uma sociedade preconceituosa no geral. E não pode ser normalizado. 

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