O Fortaleza não fez um grande jogo contra o América-MG. O duelo foi equilibrado na noite do último sábado (30), acabou derrotado por 2 a 1 por alguns fatores, mas três deles são determinantes: a arbitragem confusa, a realização de erros incomuns e o desgaste físico.
Por partes. A atuação do árbitro paulista Flavio Rodrigues de Souza foi, no mínimo, confusa. Foram 32 faltas no jogo, que em determinado momento ficou bastante picotado. O VAR, que foi ocupado pelo também paulista Marcio Henrique de Gois, rendeu polêmicas, anulando um pênalti em Ángelo Henríquez e marcando penalidade após toque no braço de Tinga.
O primeiro lance é discutível. Achei pênalti, mas não vejo a anulação como absurda. É interpretativo. Mas o segundo causa estranheza. Por mais que a bola resvale no braço do camisa 2 leonino, houve um toque de cabeça do atacante Rodolfo logo antes, desviando a trajetória da bola e o braço de Tinga está ali por um movimento natural.
No segundo tempo, o VAR chemou o árbitro de campo para revisão de um possível pênalti em lance que o volante Alê, do América-MG, tropeçou nele próprio. Bizarro!
Erros incomuns
Mas o resultado não entra somente na conta da arbitragem. O Fortaleza não fez jogo péssimo, mas também não foi tão bom. O que acabou sendo determinante foi que o time de Vojvoda cometeu erros que o torcedor não está acostumado a ver. Sobretudo na criação de jogadas, no momento de partir para definir e nos espaços dados ao adversário.
No 1º tempo, errou mais de 50 passes e teve precisão de apenas 75% (acertou 155 de 207 tentados). Muitos desses toques foram no momento de verticalizar a jogada perto da área adversária, o que dificultou a criação de jogadas mais articuladas.
Ángelo Henríquez foi muito acionado, mas não estava em noite feliz e acabou não dando sequência nos ataques. David era o jogador mais perigoso ofensivamente, mas estava muito marcado. Mesmo assim, conseguiu marcar um belo gol no 2º tempo.
A sensação é que o Fortaleza sente muito a ausência de Lucas Crispim e Yago Pikachu. Os dois alas são importantíssimos na construção ofensiva, tanto pelos lados do campo como também auxiliando na criação pelo meio. Sem eles, há dificuldade para manter a mesma dinâmica, por mais que Lucas Lima tenha se movimentado bastante. O time teve dificuldades em partir para definir os lances de maneira mais incisiva.
Defensivamente, o Fortaleza permitiu muito ao América-MG. Foram 23 finalizações do Coelho contra 11 do Leão do Pici. Muitos espaços cedidos aos oponentes. Ademir foi um dos grandes nomes do jogo, sempre fazendo fumaça por onde passava.
Desgaste físico
Os erros já entram na conta de um outro aspecto que foi perceptível: o cansaço. O Fortaleza acusou o desgaste físico contra o América-MG. O time nitidamente sentiu.
E não é nem problema de preparação ou condicionamento. É o combo: maratona de jogos importantes e em alta intensidade + elenco curto por lesões + viagens.
Um dos maiores desafios de Vojvoda na reta final será de dosar o elenco para não sofrer mais com este problema.
A semana livre até o jogo contra o Corinthians vem em boa hora. É preciso recuperar o fôlego para conquistar o objetivo restando 9 rodadas para o fim do Brasileirão.