O nosso “primeiro encontro” aqui no Diário do Nordeste, quando comecei a trazer para você leitor informações e análises sobre economia e finanças, foi tratando sobre a revolução do mercado financeiro. Na época, em março de 2021, o Pix tinha menos de seis meses de operação e o Open Banking ainda estava nascendo.
O sucesso do Pix é evidente. O Open Banking, depois de mudança de escopo, passou a se chamar Open Finance, que apesar de não ser tão badalado quanto o Pix, já têm resultados robustos, inclusive superando os britânicos, até então referência no mundo.
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Na esteira da revolução do ecossistema financeiro do Brasil, o Real Digital, ou Drex, será inovação de grande impacto em função de permitir ganhos de eficiência na economia e nas finanças, redução de custos de transação, além do surgimento de novos negócios.
Na última quinta feira (07/12) foi realizado o Encontro Anual do Drex, na sede do Banco Central(Bacen) em Brasília, de maneira a apresentar o andamento deste projeto.
A palavra Drex, de acordo com o Banco Central, é resultado da combinação das letras "D" e "R", com alusão ao Real Digital, enquanto o "E" refere-se a eletrônico, e por fim o "X", que traz a ideia de conexão.
Particularmente, não gostei do nome. Acredito que o nome Real Digital seria mais fácil da população compreender. Perguntei ao meu filho, de seis anos, se já havia escutado a palavra Drex. Ele prontamente disse que sim. Era um tipo de dinossauro! Imaginem quando o Pix for integrado ao Drex, será que alguém chamará a conexão de Pirex?
Deixando de lado o nome, o Drex, conforme planeja o Banco Central, permitirá transações financeiras seguras com ativos digitais e contratos inteligentes. Os serviços financeiros inteligentes serão liquidados pelos bancos dentro da Plataforma Drex do Banco Central (BC).
Compras de veículos e imóveis com o Real Digital (Drex), por exemplo, serão realizados de forma rápida e segura, evitando fraudes, desperdício de tempo e menores custos.
O Drex está em sua fase piloto. O cadastro de carteiras digitais, transferências de reais digitais entre clientes, bem como a conversão do Real Digital para Real tradicional, já aconteceram no período de testes.
Segundo o Banco Central, ainda existem testes a serem feitos até chegar à população efetivamente. Basicamente, o Bacen tenta equacionar um trilema: Sistema Descentralizado, Privacidade e Programabilidade. Convenhamos, não é trivial solucionar esses três pontos!
No encontro anual do Drex, o Bacen deixou claro todo o esforço para superar esse trilema, de forma a disponibilizar o Real Digital até o final de 2024. A apresentação do Presidente do Bacen, Roberto Campos Neto, que abriu o evento, bem como o Encontro do Drex, podem ser acessados neste link.
Grande abraço e até a próxima semana.
Este texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.