A inadimplência dos cearenses, conforme dados publicados recentemente pelo Banco Central, está em queda. Em setembro, a inadimplência total dos cearenses com as instituições financeiras foi de 4,40%, inferior ao número registrado em agosto, quando foi 4,58%.
A inadimplência das pessoas físicas no Ceará foi 5,15% em setembro, abaixo da registrado em agosto, quando foi 5,32%. As empresas cearenses com as instituições financeiras possuem inadimplência menor, uma vez que registrou taxa de 2,92% em setembro último.
Ao analisar a dinâmica da inadimplência é possível verificar que já são dois meses consecutivos de queda, o que sinaliza para um cenário menos desafiador e o pior parece ter ficado para trás, quando o assunto é o nível de endividamento, especialmente quando se observa no horizonte uma melhora do cenário.
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Entre os motivos para a queda da inadimplência, evidentemente, não se pode deixar de relacionar com a queda da taxa Selic, e por consequência, os juros de mercado. Uma vez que quanto maior os juros, maiores são as dificuldades para honrar os compromissos financeiros. Os juros de mercado estão em queda há quatro meses consecutivos no Brasil.
As diversas ações de renegociação de dívidas pelo setor financeiro que ocorreram nesses últimos meses, além do Programa Desenrola do Governo Federal, também são forças motrizes que empurram a inadimplência baixo.
A taxa de desemprego no Ceará, que chegou a superar 15% em 2021, atualmente está em 9,2% (3º trimestre de 2023); bem como a elevação da massa de rendimento real no mesmo período, conforme dados do IBGE, são elementos econômicos que também explicam uma melhora da inadimplência.
Apesar do resultado melhor, ainda é necessário avançar muito nos indicadores de inadimplência. A taxa de inadimplência mais baixa do Ceará, na série histórica publicada pelo Banco Central, foi de 2,11% em dezembro de 2020, portanto, ainda bem diferente da observada atualmente (4,40%).
No ranking da inadimplência, por estado, com o Sistema Financeiro Nacional, além do Ceará registrar índice maior que a média nacional (3,49%), estamos com a quarta maior do Nordeste. O estado de Pernambuco atualmente possui a maior taxa de inadimplência, com 4,81%, resultado da inadimplência das pessoas físicas e jurídicas de 5,88% e 2,40%, respectivamente.
Ranking | Estado | Inadimplência |
1 | Pernambuco | 4,81% |
2 | Rio Grande do Norte | 4,75% |
3 | Paraíba | 4,50% |
4 | Ceará | 4,40% |
5 | Alagoas | 4,29% |
6 | Sergipe | 4,26% |
7 | Bahia | 4,23% |
8 | Maranhão | 3,96% |
9 | Piauí | 3,52% |
Fonte: Banco Central (2023)
As perspectivas para a inadimplência são positivas, uma vez que o ambiente macroeconômico vem apresentando melhora, sobretudo com a inflação e juros em baixa, bem como a recuperação do emprego e da renda.
Grande abraço e até a próxima semana.
Este texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.
* A taxa de inadimplência das operações de crédito, de acordo com o Banco Central, é medida pela razão entre o saldo dos contratos em que há pelo menos uma prestação com atraso superior a noventa dias, e o saldo total das operações.