Adeus Open Banking; agora é Open Finance

Legenda: O Open Banking cede lugar para um sistema financeiro que permitirá os clientes a escolha de um espectro ainda maior de produtos e serviços
Foto: Shutterstock

A ideia central do Open Banking era possibilitar os clientes a escolha mais eficiente dos produtos bancários tradicionais, a partir do compartilhamento inteligente de suas informações com instituições autorizadas pelo Banco Central.

Contudo, no final de mês de março, o Open Banking acabou!

Na verdade, a ideia de deixar o cliente como protagonista no sistema financeiro, não retrocedeu, e sim, ganhou amplitude e maior robustez. A revolução do sistema financeiro brasileiro está apenas começando e a força-motriz da mudança tem um novo nome: Open Finance.

Veja também

AGORA É OPEN FINANCE!

O Conselho Monetário Nacional (CMN), no último dia 24/03/2022, aprovou Resolução que lançou oficialmente o projeto Open Finance.

O Open Banking cede lugar para um sistema financeiro ainda mais sofisticado, que agora permitirá os clientes a escolha de um espectro ainda maior de produtos e serviços financeiros, como câmbio, investimentos, seguros e previdência.

Ao contrário do PIX, que a implementação foi célere e de rápida assimilação da população, o Open Finance será de longo prazo, e apesar de certa desconfiança pela sociedade, em função do compartilhamento de dados, será de maior impacto no bolso das famílias e no fluxo de caixa das empresas.

Em função da complexidade e de prover melhor compreensão do Open Finance, o Banco Central e o CMN estão atuando também no tratamento regulatório, com objetivo de boas práticas de governança, políticas de controles internos, gestão de riscos, auditoria, transparência e de comunicação.

BENEFÍCIOS DO OPEN FINANCE

Os usuários, donos de suas informações, escolherão produtos e serviços financeiros mais adequados a sua realidade financeiros e objetivos, e simplesmente não ficar nos produtos de prateleira das instituições.

De forma geral, imersos em um grande ecossistema, os usuários poderão ter conta corrente no Banco A, cartão de crédito na instituição B, seguro na empresa C, um plano de previdência no Banco D, entre outras possibilidades, e tudo isso, de forma customizada, a partir dos dados compartilhados e alinhados com os objetivos dos clientes.

A competição entre instituições será elevada, e quem ganha? Os clientes.

Um dos efeitos esperados será a profusão e difusão de espécies de marketplace no sistema financeiro. Em um único lugar, sendo site ou aplicativo, os clientes terão espaços virtuais dedicados tanto para o crédito, em que as pessoas físicas e empresas poderão escolher as melhores propostas de empréstimos; quanto para a “aquisição” de seguros, câmbio, previdência e investimentos.

Acredito firmemente na queda dos juros, evidentemente, para os bons pagadores, que não estarão mais pagando pelos inadimplentes e pela concorrência acirrada por clientes; pagamento de seguros menores, em função do histórico de ocorrências pelas empresas do segmento, o que fará os custos das apólices ainda mais condizentes com o risco específico de cada segurado.

Grande abraço e até a próxima semana.

Este texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor



Assuntos Relacionados