Os significados da saída de Vojvoda do Fortaleza: o argentino mais tricolor
O treinador encerrou uma passagem de quatro anos no clube cearense
O Fortaleza demitiu o técnico argentino Juan Pablo Vojvoda. A verdade mesmo é que até os tricolores que já pediram a saída, agora sentem o luto da perda. O maior treinador da história do clube, em um dos trabalhos mais longevos do futebol brasileiro, se despede em um ciclo encerrado.
No cenário, qualquer decisão exige coragem. E optar por não escolher Vojvoda certamente é difícil.
Aos 50 anos, o profissional é o argentino mais tricolor do mundo. Desde o desembarque do aeroporto, viveu intensamente no clube, morou na sede, se tornou amigo dos funcionários e rompeu as fronteiras regionais ao mostrar que o Fortaleza poderia ocupar o G-4 da Série A e a Libertadores.
A ascensão era tamanha que se, em janeiro, alguém oferecesse contrato vitalício, todos assinariam. Na passagem, por diversas vezes, inclusive, Vojvoda escolheu o Leão, quando poderia sair livremente, tamanhas as propostas que recebeu, incluindo do mercado árabe e da seleção do Chile.
Assim, não há dúvidas da capacidade e do legado do comandante. Foram 310 jogos, cinco títulos (3x Campeonato Cearense e 2x Copa do Nordeste), mas os maiores feitos são na alma tricolor: no lado humano, em acreditar, chorar com a torcida e nunca, em nenhum momento, se colocar acima do Pici.
Vojvoda é humano, e como todos, erra. Há limites na união que foi tão intocável, imune e muito real.
O fim é extremamente duro, mas parece justificável: são nove jogos sem vencer na temporada, a pior sequência desde a contratação de Vojvoda, com seis derrotas seguidas e na zona de rebaixamento. Os resultados escancaram a crise, enquanto as más atuações mostram o problema mais profundo.
A sensação era de que nada mais poderia ser extraído, o treinador chegou ao limite. Mas até que ponto essa culpa é apenas do argentino? Qual a responsabilidade da diretoria e também do elenco?
No fim, algo precisava ser feito. A “mudança drástica” chegou - não aquela que o torcedor imaginava. Todo fim também é recomeço. O Fortaleza escolheu o novo e agora precisa de alguém que o salve.