O Fortaleza Esporte Clube igualou um recorde histórico na Série A do Brasileiro: estabeleceu a melhor marca de um clube nordestino no 1º turno do Brasileirão. Com duas rodadas de antecedência, alcançou os 32 pontos do Vitória de 2008, quando somou a pontuação em 19 jogos.
O feito foi conquistado neste sábado (21), ao empatar com o Juventude no Rio Grande do Sul. A campanha então ganha capítulos de ineditismo, permite o sonho no alto e, hoje, deixa o torcedor na 3ª posição do Brasileirão, sem risco de deixar o G-4 ao término das demais partidas.
O Fortaleza de Vojvoda tem Cuiabá (C) e Bahia (F) pelo caminho - chance do recorde absoluto. Pelo desempenho, chega para brigar por uma classificação internacional, mas precisa ter fôlego até o fim.
Resistir e pontuar
Nos pontos corridos, toda partida importa na construção do objetivo final, seja no somatório dos 45 pontos para seguir na elite ou nos cálculos para uma Libertadores. A oscilação é presente, faz parte do torneio e foi sentida no 1x1 contra o Juventude - o Leão sofreu fora de casa.
Números de Juventude x Fortaleza (SofaScore):
Posse de bola: 56% x 44%
Finalizações: 19 x 16
Escanteios: 5 x 9
Passes: 497 x 396
Duelos ganhos: 46 x 55
No Alfredo Jaconi, o Fortaleza jogou o suficiente para abrir o placar, mas pecou pelo desperdício para ampliar e teve dificuldade para retomar o protagonismo. Da formação sólida, cedeu contra-ataques, não encaixou a transição rápida e foi acuado diante do adversário gaúcho.
É verdade: Bruno Melo perdeu um pênalti aos 40 do 2º tempo. O lance indicado pelo árbitro de vídeo (VAR) foi um acaso no plano geral, poderia ter mudado o placar em definitivo. No entanto, pela atuação abaixo, o empate gera manutenção da competitividade. Em visão mais rígida, pela campanha fora da curva, o time perdeu pontos ao não ser efetivo no fim contra Juventude e Santos.
Opções do elenco
O Fortaleza até manteve o esquema 3-5-2, padrão de Vojvoda. Mas o funcionamento foi diferente, principalmente com indefinição sobre o substituto de Pikachu: para suprir a ala direita, trouxe Crispim da esquerda e encaixou Bruno Melo no novo espaço aberto da formação.
A equipe não teve a profundidade necessária para promover as movimentações ofensivas, o gol nasceu de uma bola parada com Benevenuto. E esse entrave também foi sentido nas substituições, com a intensidade caindo a cada mexida na formação e sem a tradicional organização.
Assim, o técnico sentiu o rendimento individual impactar no coletivo. Com mais alternativas e tempo de entrosamento para ampliar as funções aos novos atletas, as opções podem acrescentar no resultado com mais eficiência, como Edinho e Ángelo Henríquez.