O Ceará evoluiu sob o comando de Tiago Nunes e voltou a vencer na Série A. Contra a Chapecoense, protagonizou o jogo de maior produção ofensiva no Brasileirão: foi superior, criou chances e poderia ter goleado, mas pecou pelo desperdício e ficou no 1x0. O volume é um alento, e o resultado positivo, o primeiro do treinador, fundamental para a retomada da confiança.
O contexto apresenta uma crescente de desempenho. Após derrota para Grêmio e empate com Santos, o Vovô conseguiu a imposição tática, melhor ocupação do campo ofensivo e mostrou repertório no último terço.
Tudo deve ser exaltado no momento em que se encerra o jejum de seis rodadas sem vencer. O desempenho precisa servir de lição, da necessidade de ser mais efetivo e manter a solidez defensiva durante o momento de agressividade. O gol foi através de pênalti, com cavadinha de Jael no 2º tempo.
O Ceará encerrou a partida com 24 finalizações. Um grande volume, construído principalmente a partir dos 23 minutos do 2º tempo, quando o zagueiro Jordan, ex-Vovô, foi expulso. Depois disso, o roteiro foi ataque x defesa. Assim, o time alvinegro bombardeou a meta do goleiro Keiller.
A incidência ocorreu em transição rápida e organização ofensiva - nos dois casos, o repertório apareceu. Os jogadores, como Vina, buscaram o arremate a todo instante, e isso encurralou a defesa da Chape. O detalhe foi a definição, o fundamento técnico impediu o placar elástico.
A busca de Tiago Nunes é pelo equilíbrio, com um time agressivo e que mantenha a defesa sólida. Contra a Chapecoense, o pior time do Brasileirão, no entanto, o Ceará sofreu sustos. O grande gargalo foi a falta de compactação, principalmente entre os volantes e a linha defensiva.
A cobertura pelos lados também gerou espaço de finalização na grande área de Richard. Tudo deve ser reanalisado com foco na correção. Com volume, a um a mais e melhor tecnicamente, o Alvinegro de Porangabuçu não poderia ficar ameaçado e gerando chances para o time de Condá.
Ceará: Richard; Gabriel Dias, Luiz Otávio, Lacerda e Bruno Pacheco (Lima); Fernando Sobral, Geovane (Marlon) e Vina (Gabriel Santos); Kelvyn, Rick (Erick) e Jael (Cléber).
Técnico: Tiago Nunes.
Chapecoense: Keiller; Matheus Ribeiro, Jordan, Kadu e Busanello (Geuvânio); Moisés (Lima), Denner, Alan Santos (Ezequiel) e Bruno Silva (Perotti); Mike e Anselmo Ramon (Derlan).
Técnico: Pintado.