Bastidores da saída de Palermo e da chegada de Thiago Carpini no Fortaleza

O clube anunciou a mudança no cargo nesta quinta-feira (11)

Escrito por
Alexandre Mota alexandre.mota@svm.com.br
(Atualizado às 08:03)
Legenda: O técnico Thiago Carpini assinou contrato com o Fortaleza até o fim de 2026
Foto: Gabriel Tadiotto / Juventude

O Fortaleza anunciou o técnico Thiago Carpini para a temporada de 2026. Em um movimento rápido de  mercado, nesta quinta-feira (11), o clube comunicou a saída do argentino Martín Palermo e a chegada do substituto. O Diário do Nordeste conta agora bastidores dessa negociação do clube.

1º ponto: o técnico Martín Palermo não desejou ficar no Fortaleza. Nos últimos dias, o clube buscou negociar uma renovação com o argentino e chegou ao limite financeiro para efetuar a permanência, oferecendo até o mesmo salário da Série A na Série B, mas o profissional agradeceu e revelou aos dirigentes o desejo de seguir num trabalho na 1ª divisão: Remo e Internacional sondaram o treinador.

2º ponto: a única possibilidade de um gringo dirigir o Fortaleza era se fosse Palermo, pelos resultados na reta final da Série A. Sem essa opção, a diretoria do Fortaleza definiu que o perfil seria de um treinador que conhece muito a Série B, para facilitar na montagem do elenco e também modelo de jogo. As principais opções avaliadas foram Mozart Santos (atual campeão da 2ª divisão pelo Coritiba) e Thiago Carpini (livre no mercado após deixar o Juventude, que estava na Série A).

3º ponto: dentre as alternativas, Thiago Carpini foi escolhido por duas características principais: nos últimos trabalhos (Vitória-BA e Juventude), conseguiu melhorar os times ao chegar com formações bem organizadas, além de possuir um DNA mais ofensivo. A gestão entende que o Fortaleza deve encarar muitos sistemas de jogo fechados, até pelo lastro de Série A e a maior capacidade de investimento, então precisava de um nome que ampliasse esse repertório do ataque para a Série B.

4º ponto: a negociação foi muito rápida. Apesar de Carpini se colocar como um “técnico de Série A” pelos últimos trabalhos, aceitou negociar com o Fortaleza pela trajetória recente do clube, que trabalha com a saída de 18 jogadores nesta janela, mas deseja manter uma base sólida, com bom nível técnico, para buscar o acesso rapidamente. Assim, aceitou o projeto e também passou diretrizes de como deseja trabalhar - pontos que foram bem avaliados pela diretoria nas conversas.

Opinião: o baque é grande para o torcedor do Fortaleza, que criou uma identificação com Palermo e desejava a permanência. Logo, a mudança soa inicialmente como mais uma "ficha da Série B" caindo, todavia, no escopo racional das alternativas, Carpini é um bom nome dentre os mais "comuns" disponíveis no mercado e que estivessem dispostos a aceitar. O profissional estava em uma transição para se firmar na Série A e regressa à 2ª divisão com a aposta no projeto esportivo do clube, apesar de ter um perfil temperamental diferente, sendo um técnico mais enérgico, com coletivas mais firmes. No fim, é uma aposta válida e condizente com a nova realidade do time, que estava muito tempo longe dessa competição e que não quis fazer uma investida mais ousada no cenário, buscando então mais segurança e pés no chão na escolha.

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