Análise: Ceará mostra opções, mas diminui ritmo e perde para Palmeiras

Vovô entrou em campo sem cinco titulares, sábado (3), no Allianz Parque, e foi superado por 2 a 1, pela 13ª rodada da Série A

Legenda: Ceará surpreendeu, principalmente no 1º tempo, e por pouco não consegue melhor resultado em São Paulo
Foto: Anderson Lira / FRAMEPHOTO / Estadão Conteúdo

Apostar em uma derrota do Ceará (com reservas) contra o Palmeiras no Allianz Parque é natural. E o resultado até se confirmou em 2 a 1, neste sábado (3), pela Série A. A lamentação reside no roteiro programado: consistência defensiva, oscilação, falta de efetividade e gol no 2º tempo. No fim, pareceu viável pontuar fora, mas o time não conseguiu.

Isso porque, no quesito da estratégia, o 1º tempo alvinegro foi seguro. Apesar da ausência de cinco titulares (Pacheco, Sobral, Luiz Otávio, Vina e Samuel Xavier), o Vovô se entregou muito na marcação, até pressionou a saída adversária e criou chances com Wescley e Cléber. Diminuindo os espaços, forçou arremates de longa distância do rival.

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Dos escolhidos para atuar, Brock e Wescley participaram bem da partida, com destaque também para Felipe Silva. Nas laterais, Eduardo se mostrou mais participativo, enquanto Alyson ficou mais recuado na esquerda.

O que pesa no placar, no entanto, é a necessidade ser mais efetivo dentro da proposta. O Palmeiras finalizou 27 vezes para marcar em dois momentos, o Vovô teve 13 arremates e conseguiu um gol. Após uma etapa de equilíbrio no 1 a 1 do 1º tempo, viu o volume rival ascender no fim e não conseguiu reagir na produção ofensiva.

Escolhido como referência, Cléber teve dificuldade para segurar a posse e produziu pouco. Com baixa velocidade, o coletivo não conseguiu ligar o contra-ataque e ficou cada vez mais acuado: salvo pela grande atuação de Prass. Pela qualidade técnica alviverde, a pressão e a posse resultam em vantagem no marcador, o que ocorreu ao 38.

Os números traduzem o volume paulista: posse de bola (63% x 37%), finalizações (27 x 13) e passes (542 x 311). Com as mexidas, muito fôlego e pouca organização. Sobis teve chance e parou em Weverton. Jacaré, no contra-ataque, bateu para defesa fácil. Fica a compreensão de, se quiser defender, deve agredir para sustentar o placar. 

Legenda: Wescley teve chance de virar a partida no primeiro tempo, mas parou em Weverton
Foto: Ettore Chiereguini /AGIF - Agência de Fotografia /Estadão Conteúdo

Lances repetidos

Os momentos em que o Ceará foi vazado mostram as brechas no sistema defensivo. Logo no lance inicial, aos 9, Wesley infiltrou nas costas de Eduardo no lado direito. Após defesa de Prass, Raphael Veiga apenas completou.

Já no segundo, a bola sobrou na entrada da área. O recorte se trata de uma das vulnerabilidades alvinegras, ao não conseguir ficar com o primeiro rebote e deixar espaços que sempre resultam em arremates adversários. Assim, um chute desviado em Brock chegou em Willian, livre, para chutar no canto do arqueiro do Ceará.

O setor ainda é o mais importante do Vovô, principalmente com atuação reativa: o DNA alvinegro impõe transição rápida após recuperar a bola do oponente. Mas as vulnerabilidades e as falhas individuais (em jogos passados) custaram pontos na tabela. A sequência não é fácil - Athletico-PR (F), Corinthians (C) e São Paulo (C) - e precisa vir como reação após três partidas sem vitória na competição.

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