Presidente da CBF descarta parar Brasileirão após denúncias de manipulação e quer reunir clubes

O presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, comentou a suspeita de manipulação de resultados que assola o futebol brasileiro

Legenda: Ednaldo Rodrigues se pronunciou sobre os escândalos recentes no futebol brasileiro
Foto: Thais Magalhães/CBF

O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, descartou paralisar o Brasileirões das Séries A e B por conta do escândalo de manipulação de jogos por apostas descoberto pelo Ministério Público de Goiás. Ele admitiu que há dano à imagem da competição e que reunirá os clubes das Séries A e B.

"Não temos como suspender a competição. Não é (acusação) de um dirigente, não é de um presidente de clube, não é de um árbitro. Isso está sendo de atletas. A CBF espera que tenha um rigor de quem está fazendo as apurações. A CBF não tem poder polícia e Justiça", afirmou ao blog do Rodrigo Matos, no UOL.

Em seguida, Ednardo afirmou que procurará a Fifa e logo depois se reunirá com os clubes das Séries A e B.

"Chamar todos. Quero mostra a documentação com a Fifa. As medidas que a CBF pode estar fazendo, a contribuição para inibir a situação. Já agora na próxima reunião envolvendo clubes na reunião nas Séries A, B, C. Eles estão e em atividade então podemos fazer por Videocoferência. Mostrar o que é feito, e todas as providências que estão sendo feitas", disse Ednaldo, ainda ao UOL.


CBF tem parceria de monitoramento

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) tem contrato até 2025 com a Sportradar, fornecedora global de soluções de integridade esportiva e parceira de mais de 100 federações e ligas esportivas.

No acordo renovado ainda em 2022, foi adicionado o Sistema Universal de Detecção de Fraudes (UFDS) da Sportradar para o monitoramento de apostas em 27 competições de nível estadual, bem como do Brasileiro U20 e do Campeonato Brasileiro de Aspirantes.

Mais de 3000 partidas sancionadas pela CBF por ano serão agora monitoradas sob o novo contrato, que também continua o monitoramento existente da Série C e Série D e o fornecimento de Serviços de Inteligência e Investigações para auxiliar as investigações da CBF sobre qualquer ameaça potencial à integridade.

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Operação Penalidade máxima

O MP, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Coordenadoria de Segurança Institucional e Inteligência (CSI), deflagraram a segunda fase da Operação Penalidade Máxima - a primeira etapa foi realizada em fevereiro. Três mandados de prisão, 16 de preventiva e 20 de busca e apreensão foram cumpridos em 16 municípios de 20 Estados brasileiros diferentes, incluindo São Paulo e Rio. As investigações já denunciaram 14 pessoas à Justiça.

De acordo com o promotor responsável pela investigação, Fernando Cesconetto, os jogadores da Série A que participavam do esquema recebiam até R$ 60 mil após o fim de sua atuação no "jogo marcado", quantia que saltava para R$ 100 mil nos Estaduais deste ano. Cesconetto afirmou ainda que, mesmo que ocorra apenas a promessa de pagamento, os envolvidos cometeram crime, assim como quando se dá o pagamento efetivo em troca da manipulação de resultado.

As pessoas denunciadas podem responder por crimes de participação em organização criminosa, lavagem de dinheiro e de corrupção em práticas esportivas previstas no Estatuto do Torcedor. Durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão em dois endereços em São Paulo, os investigadores encontraram armas, munições e granadas de efeito moral de uso restrito das forças de segurança. Os jogadores também podem perder seu registro nas entidades esportivas, de modo a não poder mais realizar a profissão.

Ao todo, desta vez, oito partidas do Brasileirão do ano passado foram alvo do esquema de apostas realizado pelo grupo criminoso. A manipulação se dava por meio de ações dos jogadores dentro de campo, ou seja, diretamente ligados com as ações esportivas.


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