Metade dos brasileiros vai portar novo coronavírus, estima ministro da Saúde
Luiz Henrique Mandetta (Saúde) disse que mais da metade dos portadores do vírus no Brasil não apresentará os sintomas da Covid-19 e que 15% dos contaminados com sintomas vão necessitar de internação hospitalar
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, estimou, neste domingo, que metade da população será contaminada pelo novo coronavírus e, desse total, mais da metade não terá sintomas. Dos que tiverem sintomas, segundo Mandetta, 15% devem necessitar de internação hospitalar, e o restante não serão casos graves. Ele disse que o fato de o Brasil ter uma população jovem pode contribuir no enfrentamento da doença, formando um grande cordão imunológico com menos casos graves.
“Uma minoria vai necessitar de internação hospitalar. Se ocorresse ao longo do ano, seria uma gripe forte e uma epidemia para idosos. Como não temos e ninguém tem imunidade, está acontecendo de maneira abrupta e levará muita gente ao sistema de saúde, como se tivesse apenas uma geladeira e de repente todo o quarteirão precisasse dela”.
Mandetta afirmou que os mais de 5 milhões de testes rápidos encomendados pelo Governo para os próximos oito dias virão de uma fabricante chinesa e apresentam sensibilidade de 86,43% e especificidade de 99,5%. A expectativa é que ocorram de 30 a 50 mil exames por dia.
Tratamento
Mandetta disse ainda que o Brasil tem capacidade para produzir e exportar cloroquina, um dos medicamentos que têm tido resultados promissores em testes para tratamento do novo coronavírus.
Segundo ele, tanto a Fiocruz quanto o Laboratório do Exército têm condições de produzir a medicação - que serve para combate da malária, lúpus e artrite reumatoide. Ele contou que alguns pacientes com o coronavírus já vêm sendo tratados com essa medicação, mas ainda não é possível dizer se a cloroquina foi decisiva ou não para a melhora do estado de saúde.
“Agora, quando uma pessoa entra em estado grave, fica quase impossível ao médico negar o medicamento e dizer que ainda são estudos”.
Ele disse, porém, que o Governo ainda não definiu o protocolo para a medicação - dosagem, intervalo entre doses e quem deve ou não usá-la.