Bolsonaro diz que maioria de imigrantes não tem boas intenções e que apoia muro de Trump
O presidente também rebateu acusações de que teria ligação com milícias e com o assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco
O presidente Jair Bolsonaro, que está em Washington, nos Estado Unidos, afirmou, em entrevista à Fox News, que apoia a ideia do mandatário americano Donald Trump de construir um muro na fronteira do país com o México, e que a maioria dos imigrantes não tem boas intenções.
"Nós vemos com bons olhos a construção do muro", afirmou Bolsonaro. "A maioria dos imigrantes não tem boas intenções." A declaração de Bolsonaro foi feita no mesmo dia em que o presidente dispensou os cidadãos dos Estados Unidos da necessidade de visto para viajar ao Brasil. A dispensa também vale para os visitantes da Austrália, do Canadá e do Japão.
No sábado (16), o filho do presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que acompanha o pai nos EUA, deu declaração polêmica sobre imigrantes. Segundo ele, os brasileiros que vivem ilegalmente no exterior são uma preocupação do governo porque são "uma vergonha" para o país. "O brasileiro que vem pra cá [EUA] de maneira regular é bem-vindo. Brasileiro ilegalmente fora do país é problema do Brasil, é vergonha nossa", declarou.
Sobre a situação da Venezuela, o presidente disse à Fox que o Brasil tomaria rumo parecido se continuasse sendo comandado por governos petistas. Pouco antes da entrevista, durante discurso, Bolsonaro disse que o Brasil conta com o apoio e a capacidade bélica dos Estados Unidos para "libertar o povo" da Venezuela.
Ao ser comparado com o presidente dos Estados Unidos e de ser chamado de "Trump dos Trópicos", Bolsonaro sorriu e disse que sempre admirou Trump. Sobre o vídeo obsceno que publicou em sua redes sociais no Carnaval, Bolsonaro disse que queria mostrar o que estava acontecendo.
"Esse vídeo já estava circulando na internet e compartilhei para mostrar como o Carnaval estava acontecendo." O presidente também rebateu acusações de que teria ligação com milícias e com o assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco. Um dos acusados pela morte, o policial reformado Ronie Lessa, mora no mesmo condomínio em que o presidente tem casa.
"Sou um capitão do Exército Brasileiro e parte dos oficiais da polícia do Rio de Janeiro são grandes amigos meus. Por coincidência, um desses suspeitos de ter matado a Marielle não era na verdade vizinho meu, mas morava do outro lado de uma outra rua [do condomínio]. Só descobri que ele vivia lá depois de ver as notícias."