Ceará registra 2 novas subvariantes da ômicron e aumento de casos da Covid-19; veja detalhes
Encontrada em nove de 30 amostras analisadas, a sublinhagem LP.8.1 ainda não tinha sido identificada no Brasil até o dia 20 de novembro
Duas novas subvariantes do vírus causador da Covid-19 estão em circulação no Ceará e são responsáveis pelo aumento de casos da doença registrados nas últimas semanas. As sublinhagens denominadas XEC e LP.8.1 foram identificadas em 12 das 30 amostras coletadas entre 26 de agosto e 5 de novembro e analisadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen).
Até a publicação do documento, a LP.8.1 ainda não havia sido identificada no Brasil, enquanto a XEC já tinha sido identificada nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina. As informações foram divulgadas em nota técnica publicada pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) no último dia 20 de novembro.
As duas sublinhagens são oriundas da linhagem JN.1, que continua sendo predominante no estado do Ceará. A LP.8.1 estava presente em amostras de Fortaleza, Sobral, Quixeré, Caucaia e Maracanaú. Já a XEC foi identificada na Capital e em Caucaia.
"A XEC, oriunda da combinação do material genético de duas outras variantes: KP.3.3 e KS.1.1, em 24 de setembro deste ano foi classificada pela OMS como uma variante sob monitoramento – Variant Under Monitoring (VUM). Isso ocorre quando uma linhagem apresenta mutações no genoma que são suspeitas de afetar o comportamento do vírus", informa a nota técnica.
Ainda segundo o documento, essa recombinação pode tornar a XEC mais adaptável e transmissível, embora até o momento não haja evidências de que cause sintomas mais graves do que outras variantes da Ômicron.
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No sequenciamento realizado pelo Lacen, foram identificadas em circulação no Ceará as linhagens LP.8.1 (9) MJ.1.1 (5), LF.3.1.2 (2), LB.1.3 (2), XEC.2 (2), XEC (1), KP.2.2 (1), MJ.1 (1), MC.13 (1), MC.16 (1) e XDR.1.1 (1).
"A vigilância genômica é um instrumento imprescindível para o monitoramento do padrão de circulação das VOCs (variantes de preocupação), VOIs (variantes de interesse) e VUMs de Sars-Cov-2, o entendimento da sua dispersão no passado, bem como detecção da introdução de novas sublinhagens no estado do Ceará", destaca a nota.
O secretário-executivo de Vigilância em Saúde da Sesa, Antonio Silva Lima Neto, explica que a inserção dessas subvariantes é o motivo do aumento de casos de Covid registrados nas últimas semanas no Ceará.
“Temos 2 novas subvariantes em circulação (no Ceará) e é um momento em que prevalecem porque é o início, e de fato elas conseguem temporariamente enganar o sistema imunológico, então a infecção é produzida”, afirma.
O gestor acrescenta que, em tese, não é momento de registros de casos graves, mas adianta a necessidade de se cumprir as medidas de prevenção e cuidado já conhecidas da população desde o início da pandemia.
Nas últimas 2 ou 3 semanas a gente vinha percebendo uma mudança de cenário, onde a positividade passa a aumentar. Nós saltamos de 9% de positividade duas semanas atrás, depois chegamos a 15% e agora já nos aproximamos de algo em torno de 25% e 30% de positividade. Essa última semana já nos aproximamos de 400 casos confirmados.
VACINAS ATUALIZADAS SÃO APROVADAS PELA ANVISA
Na última sexta-feira (22), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a atualização da composição das vacinas Spikevax, da farmacêutica Adium, e Comirnaty, da Pfizer, ambas contra a Covid-19.
Em nota, a Anvisa explicou que a atualização consiste na alteração da cepa usada como fonte para a produção do antígeno da proteína S (spike) do vírus Sars-CoV-2 e atende a normas recém-publicadas, que tratam da atualização da composição das vacinas Covid-19 a serem utilizadas no Brasil.
O Organização Mundial da Saúde (OMS) tem atuado no monitoramento das variantes do vírus Sars-CoV-2 em circulação no mundo e na verificação da manutenção da eficácia das vacinas disponíveis. A Anvisa destaca que a recomendação mais recente da OMS, publicada em 26 de abril deste ano, apontou a necessidade de atualização dos imunizantes para a cepa JN.1.
"O Brasil conta atualmente com três vacinas monovalentes aprovadas para prevenção da Covid-19, porém apenas duas solicitaram a sua atualização à Anvisa", aponta a nota da Agência.