Usuários da Meta se surpreendem ao seguir presidente e vice dos EUA; entenda o que pode estar acontecendo

Muitos alegam nunca ter escolhido seguir essas contas no Instagram e levantaram suspeitas sobre possíveis manipulações

Escrito por
Amanda Andrade* producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 11:08)
Legenda: As especulações sobre um possível alinhamento da Meta ao governo de Donald Trump ganharam força após o anúncio de mudanças nas políticas de moderação de suas plataformas.
Foto: CHIP SOMODEVILLA / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP

Usuários do Instagram e do Facebook relataram, nesta quarta-feira (22), estarem observando uma situação inusitada: suas contas começaram a seguir "automaticamente" perfis oficiais do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de seu vice, JD Vance, e até mesmo da Casa Branca. Muitos alegam nunca ter escolhido seguir essas contas e levantaram suspeitas sobre possíveis manipulações.

O caso ganhou ainda mais repercussão quando a cantora Demi Lovato usou suas redes sociais para criticar a Meta, empresa responsável pelo Instagram e Facebook. “Eu dei unfollow nesse cara duas vezes só hoje. Negócio obscuro da p*rra, Meta”, escreveu Demi, expondo sua indignação com a situação.

Story do Instagram da cantora Demi Lovato reclamando que não quer seguir a conta do vice-presidente dos EUA, mas que a Meta coloca para ela seguir de novo.
Legenda: “Eu dei unfollow nesse cara duas vezes só hoje. Negócio obscuro da p*rra, Meta”, escreveu a cantora no Instagram.
Foto: Reprodução / Redes Sociais

Relatos de usuários

Além da artista, vários internautas relataram experiências semelhantes nas redes sociais. “Minha conta começou a seguir o perfil da Casa Branca sem eu ter feito nada. Que absurdo!”, afirmou uma usuária no antigo Twitter, agora X. Outro comentou: “Acordei seguindo JD Vance. Se isso não é manipulação, não sei o que é”.

A reação também trouxe críticas ao poder das grandes corporações tecnológicas e à concentração de comunicações em plataformas privadas. “É super problemática essa questão de as comunicações estarem 100% nas mãos desses empresários apoiadores do Trump”, disse outro usuário, sugerindo uma possível tentativa de manipulação política.

Veja as reações de alguns usuários:

O que explica o fenômeno?

De acordo com uma publicação Andy Stone, porta-voz da Meta, as contas oficiais da Presidência dos EUA, da Vice-Presidência e da Casa Branca mudam de titularidade a cada nova administração.

Ver no Threads

Ou seja, a explicação apresentada pela Meta é de que os seguidores das contas do presidente e da vice anteriores, Joe Biden e Kamala Harris, respectivamente, são transferidos para as contas dos novos representantes do executivo, Donald Trump e JD Vance.

Contudo, essa explicação não convenceu todos os usuários. Alguns apontaram inconsistências, como a criação da conta oficial de JD Vance em janeiro de 2025 e o fato de aparecer o selo "novo" logo abaixo da foto do político norteamericano. Uma internauta no Threads questionou: “Se a conta foi criada agora, como os usuários já estavam seguindo?”. A Meta não respondeu ao questionamento.

Criação da conta de JD Vance.
Legenda: A conta de JD Vance foi criada em janeiro de 2025, segundo o próprio Instagram.
Foto: Reprodução / Redes Sociais

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O que fazer?

Internautas sugerem que os usuários revisem as configurações de suas contas e deixem de seguir os perfis caso não desejem continuar acompanhando as atualizações.

“Se você seguia a Vice-Presidência antes, automaticamente passou a seguir o atual vice. Mas você pode desfazer isso a qualquer momento”, explicou uma usuária que analisou a situação.

Meta anuncia mudanças e reforça aliança com governo Trump 

As especulações sobre um possível alinhamento da Meta ao governo de Donald Trump ganharam força após o anúncio, em 7 de janeiro, de mudanças significativas nas políticas de moderação de suas plataformas

A empresa, dona de Facebook, Instagram e WhatsApp, também revelou sua intenção de trabalhar em conjunto com o governo norte-americano para enfrentar regulações globais.  

Mark Zuckerberg, CEO da Meta, criticou leis internacionais que, segundo ele, promovem censura e restringem a atuação de empresas de tecnologia. “Vamos trabalhar com o presidente Trump para pressionar governos ao redor do mundo que estão perseguindo empresas americanas e pressionando para censurar mais”, declarou o executivo.  

As alterações incluem o fim do programa de checagem de fatos, a flexibilização de conteúdos relacionados à imigração e gênero, a promoção de postagens políticas e a transferência das equipes de moderação da Califórnia para o Texas, estado com regras mais brandas para o setor.  

*Sob a supervisão da jornalista Mariana Lazari

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