A rede social X, antigo Twitter, fez uma mudança técnica que permitiu driblar o bloqueio judicial de que é alvo no Brasil, ao realizar uma alteração de endereços de IP do aplicativo. A informação foi compartilhada nesta quarta-feira (18), pela Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint).
"O aplicativo X foi atualizado (...) durante a noite, o que resultou em uma mudança significativa em sua estrutura". Essa mudança "torna o bloqueio muito mais complicado", informou a Abrint em nota publicada em seu site.
O antigo Twitter voltou a estar parcialmente acessível no Brasil nesta quarta, após ter sido suspenso em 30 de agosto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por descumprir ordens judiciais.
Cloudflare
Ao Valor Econômico, Basílio Rodriguez Perez, conselheiro da Abrint, explicou que a plataforma utilizou o serviço de "proxy reverso", da empresa estadunidense Cloudflare.
Conforme dados do BackLinko, a companhia fundada em 2009 fornece serviço de segurança a mais de 24 milhões de sites, sendo a maioria nos Estados Unidos. No Reino Unido, 779 mil sites utilizam o serviço e no Brasil 516 mil, sendo o segundo e terceiro lugar na quantidade de utilizações, respectivamente.
O conselheiro também revelou que provedores de acesso à internet ainda buscam direcionamento da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para saber que medidas devem tomar.
"A Anatel também está pesquisando tecnicamente o que está acontecendo e estamos aguardando as orientações. Mas bloquear o Cloudflare é bloquear metade da internet", disse.