A Justiça determinou, na última quarta-feira (6), a suspensão do aplicativo Telegram no Brasil após a empresa não entregar à Polícia Federal todos os dados sobre grupos neonazistas na plataforma.
A medida foi estabelecida após a investigação sobre ataques de violência nas escolas. A empresa afirmou que irá recorrer da decisão porque os dados solicitados pelo tribunal são "tecnologicamente impossíveis de obter".
“Não importa o custo, defenderemos nossos usuários no Brasil e seu direito à comunicação privada”, acrescentou em mensagem enviada no próprio canal dele na plataforma. Enquanto isso, usuários do aplicativo precisam recorrer a outras redes sociais.
ENTENDA O BLOQUEIO DO TELEGRAM
No dia 20 de abril, a Justiça determinou a entrega de informações sobre grupos neonazistas em até 24 horas sob pena de suspensão e multa de R$ 100 mil por dia.
Já no dia 21 do mesmo mês, o Telegram cedeu os dados da plataforma de mensagens sobre grupos neonazistas ligados aos casos de violência em escolas pelo País para a Polícia Federal (PF).
No entanto, após a PF fazer uma análise dos dados, foi constatado que plataforma não entregou os números de telefones de integrantes e administradores de um grupo de mensagens.
Além da suspensão, a Justiça ampliou a multa para R$ 1 milhão ao dia pela recusa em fornecer os dados. Já na quarta-feira (26), os usuários do Telegram relataram bloqueio no aplicativo.
USO POR EXTREMISTAS
O Ministro da Justiça Flávio Dino determinou a investigação de células nazistas após apurações indicarem o envolvimento de grupos nos casos de violência em escolas pelo País.
Dino comentou que foram identificados grupos em São Paulo e Goiás que estariam recrutando adolescentes no Maranhão, no dia 13 de abril. O ministro já havia afirmado que, caso a empresa não colaborasse, poderia ser suspensa.
QUANDO O TELEGRAM VOLTA A FUNCIONAR NO BRASIL?
O Telegram só voltará a funcionar normalmente no Brasil quando a empresa cumprir a determinação da Justiça e entregar os dados que faltam à PF.
Em março do ano passado, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou a suspensão da plataforma no Brasil por conta de perfis acusados de disseminar desinformação e fake news. A decisão foi revogada dois dias depois, após a empresa atender as ordens estabelecidas por Moraes.