Plataforma foi bloqueada no Brasil por decisão judicial
Após o Telegram ficar fora do ar no Brasil, o cofundador da plataforma, Pavel Durov, se pronunciou sobre o assunto nesta quinta-feira (27). Segundo ele, a empresa vai recorrer da decisão porque os dados solicitados pelo tribunal não são "tecnologicamente impossíveis de obter".
“Não importa o custo, defenderemos nossos usuários no Brasil e seu direito à comunicação privada”, acrescentou em mensagem enviada no canal dele na plataforma.
Entenda o bloqueio do Telegram
No dia 20 de abril, a Justiça determinou a entrega de informações sobre grupos neonazistas em até 24 horas sob pena de suspensão e multa de R$ 100 mil por dia.
A medida foi estabelecida após a investigação sobre o ataque a uma escola em Aracruz, no Espírito Santo, que deixou quatro pessoas mortas e outras 12 feridas. Foi descoberta a interação do assassino com grupos antissemitas.
Já no dia 21 do mesmo mês, o Telegram cedeu os dados da plataforma de mensagens sobre grupos neonazistas ligados aos casos de violência em escolas pelo País para a Polícia Federal (PF).
No entanto, após a PF fazer uma análise dos dados, foi constatado que plataforma não entregou os números de telefones de integrantes e administradores de um grupo de mensagens.
Além da suspensão, a Justiça ampliou a multa para R$ 1 milhão ao dia pela recusa em fornecer os dados. Já na quarta-feira (26), os usuários do Telegram relataram bloqueio no aplicativo.
Uso por extremistas
O Ministro da Justiça Flávio Dino determinou a investigação de células nazistas após apurações indicarem o envolvimento de grupos nos casos de violência em escolas pelo País.
Dino comentou que foram identificados grupos em São Paulo e Goiás que estariam recrutando adolescentes no Maranhão, no dia 13 de abril.
“Nós tivemos uma operação em que houve um agrupamento em que havia, inclusive, no domicílio bandeiras com suásticas. Eles estavam sediados em São Paulo e Goiás recrutando jovens no Maranhão. Recrutando jovens para a prática de violência em escolas. A denúncia veio desses jovens dizendo que estavam sendo assediados pela internet”.
O ministro já havia afirmado que, caso a empresa não colaborasse, poderia ser suspensa.