Os três policiais federais envolvidos na morte de Genivaldo Santos, durante abordagem policial, foram presos no Presídio Militar de Sergipe, em Aracaju, nesta sexta-feira (14). Eles foram indiciados por abuso de autoridade e homicídio qualificado.
Genivaldo morreu asfixiado em 25 de maio, após ser preso no porta-malas de uma viatura da PRF com gás lacrimogêneo, em Umbaúba, no sul de Sergipe. Ele ficou mais de 11 minutos preso no carro, que acabou transformado em uma câmara de gás.
Segundo informações do portal g1, os policiais se apresentaram voluntariamente à Polícia Federal e foram detidos. Na segunda-feira (10), o Ministério Público ofereceu denúncia contra os policiais William de Barros Noia, Kleber Nascimento Freitas e Paulo Rodolpho Lima Nascimento.
A Polícia Federal concluiu as investigações em setembro, após interrogatório dos investigados, oitiva de testemunhas e coleta de provas. O laudo médico aponta que a morte se deu por asfixia mecânica e insuficiência respiratória aguda.
A perícia do caso, obtida pelo programa Fantástico, da TV Globo, indicou que a quantidade de ácido sulfídrico no organismo de Genivaldo pode ter causado convulsões e dificuldade de respirar. O esforço físico intenso e o estresse podem ter intensificado os efeitos dos gases.
Em junho, a Justiça Federal havia negado o pedido de prisão preventiva dos agentes, feito pela família da vítima.
Relembre o caso
A abordagem que resultou na morte de Genivaldo se deu, segundo os policiais, porque a vítima estava sem capacete em trecho da BR-101. Durante a ocorrência, ele foi insultado, recebeu spray de pimenta no rosto e foi colocado no porta-malas da com gás lacrimogêneo.
Na época, um sobrinho de Genivaldo afirmou que o tio tentou dialogar com os policiais, mas os agentes usaram spray de pimenta nele. Ele tinha um transtorno mental e ficou nervoso quando os policiais pediram para que ele levantassem as mãos e encontraram no bolso dele cartelas de medicamentos.
Os agentes envolvidos na ocorrência chegaram a classificar o falecimento do homem de 38 anos como uma "fatalidade desvinculada da ação policial legítima".