Um fuzil 5.56, dois carregadores de arma e 55 munições foram encontrados em um dos carros utilizados pelos dois fugitivos de Mossoró, em Marabá. Os presos foram recapturados na última quinta-feira (4), em uma ação que também deteve outras quatro pessoas, e apreendeu três veículos.
Conforme a Polícia Federal, os artefatos foram encontrados em parceria com a Guarda Municipal de Marabá. O fuzil foi localizado no carro que transportava os fugitivos, por um cão farejador, treinado para encontrar armamento.
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No dia da prisão, outra arma já havia sido recapturada.
Rogério e Deibson fugiram da prisão no dia 14 de fevereiro. Na quinta-feira, a polícia localizou os fugitivos a mais de 1.600 km de Mossoró.
Os dois fugitivos ficaram em silêncio durante depoimento à PF, após a recaptura. Por volta das 21h30, ambos deixaram a delegacia de Marabá e foram encaminhados ao aeroporto da Cidade.
A aeronave da PF decolou do aeroporto de Marabá por volta das 22h de quinta-feira, chegando a Mossoró à 1h30 da sexta-feira. Após o desembarque, os fugitivos seguiram para o Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep), onde fizeram exames de corpo de delito.
Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça são naturais do Acre e apontados como líderes de uma facção criminosa de origem carioca — que tem braços em todos os estados do País, inclusive no Ceará.
A dupla estava presa no Rio Grande do Norte desde setembro do ano passado, após participar de uma rebelião no presídio Antônio Amaro Alves, no Acre, em julho de 2023.
O nome de Deibson — conhecido como "Tatu" ou "Deisinho" — figura em 34 processos na Justiça do Acre. Ele responde por crimes como formação de quadrilha, tráfico de drogas e roubo e já foi condenado a 33 anos de prisão.
Já Rogério, o "Martelo", responde processos pelos crimes de homicídio qualificado, roubo e violência doméstica e tem uma condenação a 5 anos de reclusão, por tráfico de drogas. Ele tem uma suástica (símbolo do nazismo) tatuada na mão.
O programa Fantástico, da Globo, teve acesso ao interior da Penitenciária Federal de Mossoró e apurou que os presos estavam em uma área de isolamento composta por 12 celas no momento da fuga. A dupla estava em celas separadas, uma ao lado da outra, cada qual com oito metros quadrados, equipada com mesa, cama e banheiro.
Uma das hipóteses da investigação é que eles arrancaram pedaços de vergalhão das paredes da cela e usaram como ferramentas para retirar uma luminária que fica em outra parede lateral e fazer buracos que possibilitassem a passagem. Estima-se que foram necessários mais de três dias para completar esse processo.
Além disso, ainda segundo a investigação, os detentos usaram uma mistura de sabonete e papel higiênico como uma espécie de reboco para camuflar os buracos que faziam nas paredes. O sabão também teria sido utilizado para deixar os buracos mais escorregadios, facilitando a passagem.
Fora das celas, a dupla teria se deparado com uma área de serviço por onde passam dutos, rede elétrica e uma escada que dá acesso ao telhado. E, ao chegarem ao teto, eles retiraram as telhas e pularam para o pátio.
À época, a área externa estava protegida por um tapume de metal, devido a obras que eram feitas na unidade. Eles passaram tranquilamente pelo tapume e usaram um alicate deixado pelos operários para cortar a primeira parte da grade. Mais à frente, abriram passagem na segunda grade e, então, conseguiram fugir da penitenciária.