Após a recaptura dos dois fugitivos do presídio de segurança máxima em Mossoró, nesta quinta-feira (4), o diretor da unidade, Humberto Gleydson Fontinele, foi dispensado do cargo pelo ministro da Justiça e Segurança Ricardo Lewandowski. Ainda assim, ele seguirá atuando como policial penal federal.
Deibson Cabral Nascimento, de 33 anos, e Rogério da Silva Mendonça, de 36, são ligados a uma facção origem carioca, e escaparam da unidade prisional federal em 14 de fevereiro.
Humberto estava afastado desde março. A decisão da exoneração foi publicada no Diário Oficial desta sexta-feira (5). Gleydson Fontinele foi nomeado por Ricardo Cappelli, ex-interventor federal, em 17 de abril de 2023.
A defesa do agora ex-diretor enviou nota ao Diário do Nordeste ressaltou que Humberto "permanece no cargo de policial penal federal combatendo o crime organizado, como sempre fez. Além disso, não há prova de qualquer ligação de Humberto Fontinele com a fuga dos presidiários".
O policial penal Carlos Luís Vieira Pires, que atuava como coordenador-geral de Classificação e Remoção de Presos, em Brasília, foi remanejado para o cargo de diretor interino desde 14 de março. Ainda não há informações se ele irá seguir na função.
André Garcia, secretário nacional de Políticas Penitenciárias, revelou que a fuga dos presos mudou a dinâmica das unidades federais.
"Podemos garantir que o sistema penitenciário federal não é mais o mesmo depois do evento que ocorreu em Mossoró. Fizemos revistas e fiscalizações em todas as unidades. Mais dez mil câmeras foram adquiridas, sendo parte delas instaladas. Os procedimentos foram reforçados, com revistas diárias, e os problemas estruturais foram consertados", disse.
Fugitivos viajaram de barco do Ceará ao Pará
Deibson e Rogério, presos nesta quinta-feira (4), no Pará, estiveram no Ceará e contaram com a ajuda de dois homens que foram detidos em Fortaleza. As buscas duraram 51 dias.
Conforme informações de uma fonte da Polícia Federal PF, a dupla furou o bloqueio policial na região de Mossoró e conseguiu chegar ao município cearense de Icapuí no último dia 18 de março. De lá, "Tatu" e "Martelo", como são apelidados os presos, entraram em um barco com destino a Belém, no Pará.
A viagem pelo mar durou cerca de seis dias. A inteligência da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Ceará (Ficco-CE) monitorou a fuga. Em seguida, os fugitivos foram de carro da capital paraense até o município de Marabá, onde terminaram abordados e presos pela PF e pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), no início da tarde desta quinta.