Matriarca de família envenenada no Piauí confessa ter matado vizinha para livrar o marido
Maria dos Aflitos planejou a morte de Maria Jocilene com um café envenenado, segundo a Polícia
A Polícia Civil do Piauí apontou que Maria dos Aflitos, matriarca da família contaminada por pesticida, no Ano Novo, foi a responsável pela morte da sexta vítima no caso. Conforme apuração do "Fantástico", da TV Globo, a mulher confessou ter envenenado Maria Jocilene da Silva na tentativa incriminá-la no lugar o marido.
Francisco de Assis Pereira da Costa, companheiro de Maria dos Aflitos, foi preso no dia 8 de janeiro acusado de matar os filhos, Francisca Maria da Silva e Manoel Leandro da Silva, e os netos Maria Gabriela da Silva, de quatro anos, Maria Lauane da Silva, de três anos e Igno Davi da Silva, de um ano e oito meses.
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Com o marido preso, Maria dos Aflitos planejou colocar a culpa em Jocilene para livrá-lo da cadeia. Segundo o delegado do caso, Abimal Silva, ela ofereceu à vítima um café envenenado e planejou a morte para que parecesse um suicídio.
O "Fantástico" teve acesso ao depoimento da acusada, em que ela diz estar arrependida do que fez. "[Acreditava] Que ele ia ser solto. Então, eu fiz isso. Mas eu me arrependo. Me arrependo amargamente", desabafou Maria dos Aflitos, que permanece presa desde a última sexta-feira (31).
Quem era Maria Jocilene?
Dentre as demais vítimas do envenenamento, Maria Jocilene não fazia parte da família. Ela era uma vizinha próxima e serviu de acompanhante dos netos de Maria dos Aflitos quando ainda estavam internados. Segundo a Polícia Civil, a matriarca e Jocilene mantinham um caso amoroso em segredo.
Jocilene morreu no dia 24 de janeiro, dois dias após internada 20 dias depois do início do caso. Conforme o g1, o Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (Heda) informou que a paciente passava por “exames complementares adicionais” na unidade.
Motivação do crime
Em entrevista ao "Fantástico", o secretário de Segurança Pública do Piauí, Chico Lucas, revelou que a principal motivação para a morte da família era econômica. "Eles queriam se livrar dos filhos. Era uma situação de muita pobreza", explica.
No primeiro dia do ano, a família de Maria dos Aflitos se reuniu para um almoço com as sobras de um baião de dois servido no Réveillon. As nove pessoas que comeram o arroz passaram mal, e cinco morreram.
Além de Francisco de Assis, outra pessoa foi acusada por ter participação na tentativa de envenenamento da família. Lucélia Maria da Conceição Silva, outra vizinha, era investigada por ter, supostamente, oferecido um caju contaminado para outras duas crianças de Francisca Maria da Silva, filha de Francisco e Maria dos Aflitos, em agosto de 2024.
A acusação, no entanto, foi revertida e Lucélia foi liberada pelas autoridades após ficar presa por cinco meses. Por conta da repercussão, a casa dela chegou a ser apedrejada e incendiada por vizinhos. "A polícia foi ludibriada dos verdadeiros autores que disseram que as crianças foram envenenadas pela vizinha", informou o secretário Chico Lucas ao programa da TV Globo.
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