Turistas estão ilhados e sem comida em meio a protestos após morte de criança em Porto de Galinhas

Heloísa Gabrielle, de 6 anos, baleada no peito durante perseguição policial

Legenda: Porto de Galinhas, maior balneário de Pernambuco, enfrenta cenário de caos
Foto: Shutterstock

Inúmeros protestos acontecem em Porto de Galinhas, no município de Ipojuca, no Grande Recife, desde a última quarta-feira (30). O motivo é a morte de Heloísa Gabrielle, de 6 anos, baleada no peito durante perseguição do Batalhão de Operações Especiais (Bope) por suspeitos de tráfico de drogas. O fato causou revolta na população local. 

As manifestações afetaram o turismo e o comércio da região. Pessoas que queriam sair ou chegar ao balneário, importante ponto turístico do País, foram prejudicadas. De acordo com informações do g1, barreiras não deixaram os carros passarem e turistas perderam voos. Também foram registrados incêndios de ônibus.

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Turistas ficam ilhados e sem comida

Em entrevista ao G1, a corretora de imóveis Lilian de Brito contou que ficou ilhada em Porto de Galinhas. Sem conseguir nova diária em hotel, ela passou o dia inteiro sem conforto e até mesmo sem comida. "Não tinha o que comer, em lugar nenhum, nem delivery nem nada. Foi uma coisa muito de incerteza", afirmou.

O dono de uma pousada no balneário, Alexandre Oliveira, relatou que o fornecimento de suprimentos para a rede hoteleira do local foi afetada pelo cenário de caos. "Sem abastecimento de comida, de água, de nada. Teve pousada que ficou desabastecida, não tinha nem mais água para dar aos hóspedes", disse.

O comércio, incluindo lojas, supermercados e padarias, seguia fechado nesta sexta-feira (1º). Barracas de praia interromperam o funcionamento e também foram cancelados passeios para as piscinas naturais.

Entenda o caso

Heloísa Gabrielle, de 6 anos, foi baleada no peito na comunidade de Salinas, em Porto de Galinhas
Legenda: Heloísa Gabrielle foi baleada no peito enquanto brincava com outras crianças
Foto: Foto: Reprodução/WhatsApp

Heloísa Gabrielle, de 6 anos, foi baleada no peito enquanto brincava com outras crianças no terraço da casa da avó, na comunidade Salinas. Ela foi socorrida para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Ipojuca, mas não resistiu aos ferimentos.

O governo alegou que houve confronto com suspeitos de tráfico. Já moradores da comunidade disseram que os militares "chegaram atirando".

Segundo o Jornal do Commercio, o governo de Pernambuco enviou cerca de 250 policias civis e militares para reforçar a segurança em Porto de Galinhas.

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Segurança

Em coletiva de imprensa, Humberto Freire, secretário de Defesa Social de Pernambuco, informou que "os traficantes estão se aproveitando da situação" para inflamar a população contra o Bope, que participou da operação que causou a morte da criança.

O secretário ainda informou que a Operação Porto Seguro deve continuar atuando na praia de Porto de Galinhas no tempo que for necessário.

"Estamos investigando a atuação desses criminosos que estão tentando impor terror, mas não conseguirão. Nós vamos fazer com que a paz e a tranquilidade possam ser restabelecidas para a população de bem da região", pontuou.