Mulher assassinada por secretário na Paraíba registrou B.O uma semana antes do crime

Vítima havia registrado boletim de ocorrência e obteve medida protetiva contra o acusado

Legenda: Jovem cursava Direito e dizia estar realizando um sonho.
Foto: Reprodução / Arquivo pessoal

O irmão da jovem Rayssa de Sá, vítima de feminicídio pelo secretário de Comunicação do município de Belém (PB), disse que os familiares não deixavam ela sair sozinha desde que havia se separado do autor do crime. Ela havia registrado um boletim de ocorrência uma semana antes do ocorrido e obteve uma medida protetiva contra Betinho Barros.

"A gente não deixava ela ir para a faculdade só, sempre acompanhada, dentro de casa sempre tinha alguém. A única oportunidade que ele teve, ele realizou o que vinha prometendo fazer", afirmou Renan de Sá. 

Conforme o g1, por conta do risco de morte, a estudante de Direito passou a viver na casa dos avós, com sua filha de 1 ano, após o término do relacionamento. A criança também é filha do secretário.

Outro irmão, Remysson de Sá contou que sempre dava um jeito de acompanhar Rayssa, até mesmo na universidade em que ela estudava. "Ela voltava junto comigo todos os dias para a casa dos nossos avós, onde eu moro com eles. Nos dias que ela ia para casa de nossa mãe, o padrasto buscava ela no ponto de ônibus, e quando chegava em casa ficava com minha mãe. Não saía para lugar nenhum, pois estava com medo dele fazer algum mal", relatou.

Segundo Renan, sua irmã estava realizando um sonho ao cursar a graduação. "Estudiosa, dedicada, realizou um sonho. Ela disse para minha mãe essa semana: 'mãe, eu não peço mais nada para o meu Deus, ele já me deu tudo o que eu queria. Uma família e minha faculdade. Eu sempre sonhei em ser doutora'", destacou.

Pelo que relatou Remysson, a relação entre Rayssa e Betinho era tranquila no início. Entretanto, ao ponto que o relacionamento foi evoluindo, as agressões verbais foram acontecendo e depois se tornaram também agressões físicas. 

A decisão pelo divórcio aconteceu depois de uma agressão que a deixou inconsciente. Mas o agressor teria continuado a perseguir a ex-companheira até cometer o feminicídio. "Ele começou a ameaçar ela. Onde ela ia, ele ia atrás. Ele entrou na casa da minha mãe e ameaçou matá-la, disse que ia vender tudo e comprar uma arma, e foi o que ele fez", lamenta Remysson.


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