Sérgio Cabral deve retornar à unidade de segurança máxima após inspeção revelar regalias

Celular, toalhas bordas e pedido de mais de R$ 1,5 mil em comida são atribuídos ao ex-governado do Rio de Janeiro

Escrito por Redação ,
Sérgio Cabral
Legenda: O político foi condenado a 407 anos de prisão pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa, após investigação da Operação Lava Jato
Foto: Agência Brasil

O ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, deve retornar ao Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, nesta segunda-feira (2), após uma inspeção revelar que o antigo gestor do Estado possuía possíveis regalias onde é mantido, na Unidade Prisional da Polícia Militar. 

Toalhas bordadas com o nome do político, talheres de inox, além de prateleiras com fundo falso para esconder celular foram algumas das irregularidades encontradas na cela por uma inspeção realizada pela Vara de Execuções Penais do Rio de Janeiro, o Ministério Público e a Corregedoria da PM no Batalhão Policial Prisional (PEB), conforme imagens reveladas pelo Fantástico nesse domingo (1º).

"Achamos condições diferentes do que se espera para uma pessoa que está presa."
Marcelo Rubioli
Juiz da Vara de Execuções Penais/RJ

Os fiscais encontraram uma sacola com celulares, R$ 4 mil em espécie, cigarros de maconha e até um caderno indicando a compra de um banquete de comida árabe, somando mais de R$ 1,5 mil, por um aplicativo. Os destinatários do pacote seriam o ex-governador e o Coronel Cláudio Luiz de Oliveira — condenado pela morte da juíza Patrícia Acioli. 

"Quando os fiscais entraram na galeria, vi que havia uma porta ao lado. E antes de entrar, vi esse policial que é preso recebendo uma sacola verde. Quando ele me viu, ele ficou sem ação e jogou a sacola por cima da cerca. Acho que ele se assustou e não jogou com tanta força e os objetos caíram dentro da unidade. E ao lado dessa área onde se encontrava esse policial, nós vimos nas filmagens que só se encontravam o senhor Sergio Cabral e o Cel. Claudio. Então daí, há um indício de que esse material fosse deles", explicou o magistrado ao programa da TV Globo.

Sérgio Cabral, condenado a 407 anos de prisão pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa, após investigação da Operação Lava Jato, foi transferido para o PEB em setembro de ano passado. Antes, ele cumpria pena no presídio de segurança máxima Complexo Penitenciário de Gericinó.

Os fiscais encontraram sete celulares e até cigarro eletrônico durante a inspeção na unidade prisional, que possui oito detentos, entre eles o político e o coronel. Na ocasião, os agentes ainda constataram que o teto das celas é revestido com isopor, material usado para diminuir o calor. O material já foi encontrado em uma fiscalização anterior.

"Todos eles vão ser realocados amanhã [segunda-feira, 2 de maio] para a unidade de segurança máxima, que normalmente é Bangu 1."
Marcelo Rubioli
Juiz da Vara de Execuções Penais/RJ

A decisão, conforme o juiz, respeita a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, que determinou que Cabral deve ser mantido longe de pessoas citadas por ele no acordo de deleção premiada. 

O que diz as defesas

Em comunicado, a defesa de Sérgio Cabral declarou que não foi encontrada qualquer irregularidade na cela dele e que nenhum dos objetos apreendidos nas áreas comuns foi relacionado ao ex-governador. A nota disse ainda que desconhece objetos encontrados fora da galeria dos oficiais. 

Já os representantes do Tenente-Coronel Cláudio Luiz de Oliveira declararam que nenhum dos materiais informados na reportagem estava na cela dele. 

A responsável pelo BEP, a secretaria de Polícia Militar do Rio de Janeiro, informou estar cumprindo todas as decisões da vara de execuções penais e, como parte desses procedimentos, seis acautelados, entre os quais cinco oficiais, já respondem a processos administrativos disciplinares e tiveram, preventivamente, o direito a visitas suspenso.

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