Oito militares do Exército são condenados por mortes de músico e catador no Rio de Janeiro

Tribunal de Justiça Militar votou por 3 a 2 pela culpabilidade dos réus e aborveu outros quatro

Escrito por Redação , pais@svm.com.br
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Legenda: Veículo do músico foi alvejado com 62 tiros de fuzil
Foto: Reprodução

Oito militares do Exército foram condenados, na madrugada desta quinta-feira (14), pelas mortes do músico Evaldo Rosa e do catador Luciano Macedo, em abril de 2019, no Rio de Janeiro. 

Por 3 votos a 2, o Tribunal de Justiça Militar os considerou culpados por duplo homicídio e tentativa de homicídio, uma vez que Sérgio, sogro de Evaldo, também foi atingido pelos disparos, mas sobreviveu.

O Conselho foi formado por uma juíza federal e quatro juízes militares sorteados. A juíza e mais dois militares votaram pela condenação dos acusados, uma outra integrante optou pela condenação culposa e apenas um pela absolvição deles.

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Legenda: Evaldo Rosa e Luciano Macedo, respectivamente, foram mortos por disparos de militares do Exército
Foto: Reprodução

Condenados

O tenente Ítalo da Silva Nunes,  que chefiava a ação, recebeu condenação de 31 anos e seis meses. Outros sete militares tiveram pena de 28 anos. Todos os oito deverão cumprir a decisão em regime fechado e serão expulsos da corporação por culpabilidade comprovada.

Além de Nunes, os condenados são Fabio Henrique Souza Braz da Silva, Gabriel Christian Honorato, Gabriel da Silva de Barros Lins, João Lucas da Costa Gonçalo, Leonardo de Oliveira de Souza, Marlon Conceição da Silva e Matheus Santanna Claudino.

A defesa dos militares informou que vai recorrer e os réus respondem em liberdade até que o caso transite em julgado, quando se esgotam os recursos. 

Outros quatro militares que participaram da ação, mas não deram tiros, foram absolvidos. Os 12, ao todo, foram absolvidos do crime de  omissão de socorro.

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'Vou conseguir dormir'

A viúva do músico Evaldo, Luciana Nogueira, que chegou a passar mal ao ver a chegada dos 12 militares acusados de matar o seu marido, afirmou após o julgamento que a decisão trouxe "paz", embora não tenha mais o companheiro.

"Eles não têm noção de como estão trazendo uma paz para a minha alma. Eu sei que não vai trazer o meu esposo de volta, mas não seria justo eu sair daqui sem uma resposta positiva. Hoje vou chegar em casa, vou tomar um banho e acho que hoje vou conseguir dormir", declarou.

Relembre o caso

O músico Evaldo Rosa dos Santos, de 46 anos, teve o carro fuzilado no dia 7 de abril de 2019, quando passava com a família  em Guadalupe, na Zona Norte do Rio. No total, 62 dos 257 tiros disparados atingiram o veículo.  O catador de papel, Luciano Macedo, foi socorrê-lo e também acabou morto.

O automóvel teria sido supostamente confundido com um outro em que estariam criminosos e foi metralhado pelos militares.

Onze dias depois, o catador de 27 anos morreu no Hospital Carlos Chagas Macedo também foi atingido com três tiros nas costas por militares do Exército, na mesma ação que atingiu Evaldo Rosa. Ele passava na hora e tentou socorrer o músico, quando também recebeu tiros de fuzil.

 

 

 

 

 

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