Mulher é encontrada morta com própria filha dormindo no colo em São Paulo
A Polícia indica que o marido da vítima é o principal suspeito do crime e está foragido
Uma corretora de seguros, de 27 anos, foi encontrada morta, na madrugada dessa segunda-feira (17), com a própria filha, de 2 anos, dormindo no colo em Guaianases, Zona Leste de São Paulo. O corpo de Ana Carolina da Silva Santos Fernandes foi achado pela mãe dela. A Polícia indica que o marido da mulher é o principal suspeito do crime e está foragido.
Conforme a prima da vítima, Katia Tavares, relatou ao portal Uol, a mãe de Fernando Fernandes dos Santos, de 35 anos, ligou para a sogra dele, ainda na madrugada, informando que o casal havia discutido. "Eles passaram a noite juntos e, quando foi por volta das 4h, a mãe dele ligou para a minha tia por pedido dele, por causa da neném. Ela falou que tinha dado um problema, que eles tinham brigado".
"Quando a minha tia chegou em casa, o corpo dela estava com sangue, todo roxo, asfixiada. E a nenê em cima do corpo dela, como se tivesse mamado no peito e dormido", detalhou.
Relacionamento turbulento
Ana Carolina e Fernando casaram em 2020 e eram pais de uma garota de 2 anos, mas também tinham filhos de outras relações. Segundo a família da corretora, o relacionamento tinha um histórico conturbado. Conforme a parente da mulher, em abril deste ano, a mãe da vítima chegou a solicitar uma medida protetiva contra o homem.
"Todo mundo foi contra o casamento porque ele já não era boa pessoa. Morando com ela, ele chegou a agredi-la algumas vezes. Em abril desse ano, minha tia pediu por uma medida protetiva contra ele. Só que eles terminavam e voltavam. A minha tia falava para largar, mas ela nunca largava. Ela estava meio que aceitando ele de volta. Não se sabe também se ela enfrentava alguma ameaça para isso ou se sofria algum tipo de pressão", completou Katia à reportagem.
A prima da moça ainda contou que a festa de casamento do casal aconteceu sem a presença da família da noiva, que foi surpreendida com as fotos da cerimônia. "Não tinha nenhum parente dela. Ela só teve apoio da família dele. Foi muito absurdo".
Após o episódio, a mãe de Ana Carolina tentou aceitar a união, "mas depois da medida protetiva, ela foi totalmente contra", disse Katia, afirmando que ainda que a tia relatava que a prima havia ficado "estranha" e distante.
Caso é investigado como feminicídio
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou que o caso é investigado como feminicídio pelo 103º Distrito Policial. Foram solicitados exames ao Instituto de Criminalística (IC) e ao Instituto Médico Legal (IML) para auxiliar nas investigações. A Polícia ainda afirmou que está realizando diligências para encontrar o suspeito.
Além da bebê de dois anos, a vítima deixa um filho de 3 anos e uma menina de 11.
Marido lamenta morte, diz defesa
Ao Uol, o advogado do suspeito, Osmar Justino dos Reis, relatou que o cliente sofreu ameaças de morte e, por isso, ainda não foi apresentado à Polícia. Ele disse, ainda, que possui vídeos e fotos da mulher com vida, que serão apresentadas aos autos de inquérito como defesa de Fernando.
"Há ameaças por redes sociais contra familiares do meu cliente. Um boletim de ocorrência foi registrado e as medidas legais serão tomadas. Na realidade, não é que ele quis se evadir, não é que ele está foragido. Por força maior, ele foi obrigado a se ausentar", justificou o jurista.
"A gente lamenta a morte, mas o falecimento dela não autoriza a postura que pessoas estão tomando. O que a gente quer é que tudo ocorra dentro do livre processo legal e dentro das quatro linhas da Constituição. Não queremos fazer pré-julgamentos nem tomar decisões precipitadas", completou.
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