Impeachment: advogada chora, deputado cearense a chama de "golpista" e tucano rebate

Senador tucano pede intervenção de Lewandowski, que preside a sessão, para chamar a Polícia do Senado e retirar o deputado José Guimarães (PT-CE) do plenário, caso o comportamento se repetisse.

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(Atualizado às 14:56)

No final da manhã desta terça (30) na fase de debates da reta final do impeachment, a advogada de acusação Janaína Paschoal defendeu legitimidade do processo, criticou a tese da defesa de que houve um "complô" ou "golpe" e chorou, pedindo desculpas a Dilma pelo "sofrimento causado".

"Eu peço desculpas porque eu sei que a situação que ela está vivendo não é fácil. Eu peço desculpas porque eu sei que, muito embora esse não fosse o meu objetivo, eu lhe causei sofrimento. E eu peço que ela um dia entenda que eu fiz isso pensando também nos netos dela", disse.

 

Ao terminar sua fala, um princípio de tumulto começou no plenário do Senado. O então líder do Governo Dilma na Câmara, o deputado cearense José Guimarães (PT) gritou e a chamou de "golpista". Em seguida, o senador  Aloysio Nunes (PSDB-SP) interviu. "Golpistas foram aqueles que saquearam a Petrobras, golpistas são aqueles que fraudaram a contabilidade pública", afirmou Nunes aos gritos.

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Tucano pede Polícia do Senado para retirar deputado cearense; sessão é suspensa após tumulto

O tucano pediu que o ministro Ricardo Lewandowski chamasse a Polícia do Senado para retirar o deputado petista do plenário do Senado, caso o comportamento se repetisse. “Eu não tenho medo de você, nem de vocês", completou Nunes.

Diante do tumulto o presidente do STF pediu para os parlamentares "manterem o nível civilizado" e supendeu a sessão por cinco minutos para que a ordem fosse reestabelecida.

Acusação: em tom duro, advogada diz que petistas "mentem bem"

A jurista destacou que se coloca no processo do impeachment "como uma defensora do Brasil'. "Entrei nesta história sem ser chamada porque entendi que precisava fazer alguma coisa por nosso país". Após o fim do processo, ela afirma querer voltar "ao anonimato, à tranquilidade", disse.

Em determinado momento, Janaína Paschoal usou tom duro classificar ações do governo Dilma de "estelionato eleitoral". Ela afirmou que a falta de cortes de gastos em 2014 prejudicou o país e levou à crise econômica.

A advogada também disse que petistas são mentirosos. "Eles [petistas] mentem tão bem. Eles são tão competentes no marketing que a gente acredita. Até pessoas do meu lado acreditaram que a perícia não foi favorável a nós", disse ao lembrar que os defensores do mandato de Dilma disseram que a laudo percial feito por consultores do Senado era favorável à petista.

"Tudo isso foi muito bom para o povo ver como é o modo PT de ser. É a enganação. É o PT que não pede desculpas, nega os fatos, nega a realidade", disse ela.