Cientista é considerado um dos mais importantes do País
Quem passou pelo ensino superior pode ter ouvido falar sobre a plataforma Lattes, sistema que reúne currículos acadêmicos de pesquisadores e professores brasileiros e estrangeiros que atuam no País. O nome da ferramenta é uma homenagem ao cientista César Lattes, que, nesta quinta-feira (11), é celebrado pelo Google pelos 100 anos de nascimento.
"Feliz aniversário, César Lattes! Obrigado por abrir caminho para a física experimental na América Latina e em todo o mundo!", felicita a plataforma.
O Doodle comemorativo está disponível para usuários que acessam o buscador no Brasil, no México, no Reino Unido e na Irlanda.
O físico Césare Mansueto Giulio Lattes, mais conhecido como César Lattes, é considerado um dos maiores cientistas brasileiros, conforme informações do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Nascido em 1924, ele se formou em Física pela Universidade de São Paulo (USP), em 1943.
No período da Segunda Guerra Mundial, o pesquisador iniciou estudos que contribuiriam para o avanço da ciência sobre a estrutura atômica. A descoberta da "méson pi" — partícula efêmera, com massa entre a do elétron e a do próton — foi essencial para os estudos sobre radiação.
Para realizar suas pesquisas, Lattes chegou a montar o laboratório de Chaclataya, na Bolívia. Em parceria com outros cientistas, obteve importantes avanços científicos, como a reprodução artificial dos píons.
Em trabalho com japoneses, descobriu como o fenômeno das "Bolas de Fogo", nome dado às nuvens de mésons no interior dos átomos. Apesar de ser um crítico de Einstein, suas descobertas foram fundamentais para o desenvolvimento da Teoria da Relatividade, já que foram prenúncio para a concepção dos "quarks".
Além das contribuições de Lattes para o meio acadêmico, ele atuou na política brasileira. Em 1949, criou o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), primeiro centro independente para pesquisa em física, atualmente ligado ao Ministério de Ciência e Tecnologia.
Ele ainda integrou a comissão responsável pela instituição do CNPq, chegando a participar no período de fundação, nas primeiras reuniões e, posteriormente, como membro do Conselho Deliberativo, entre 1953 e 1955.
Lattes foi bolsista da Fundação Rockfeller, onde aperfeiçoou seus conhecimentos, sendo considerado o maior cientista brasileiro.
Na carreira de magistrado e pesquisador, trabalhou nas universidades da Califórnia e de Minnesota, ambas nos Estados Unidos, na Universidade de Bristol, no Reino Unido, e também na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e na Universidade de São Paulo (USP).
Césare Mansueto Giulio Lattes faleceu em Campinas, São Paulo, no dia 8 de março de 2005.