Estudo da Universidade Carlos III de Madrid (UC3M) em parceria com a Universidade Estadual Júlio de Mesquita Filho Paulista (UNESP) revela que o asteroide Apophis pode ter partículas arrancadas pela gravidade em sua aproximação com a Terra, prevista para abril de 2029. As informações são do G1.
As características físicas do corpo celeste de 370 metros de diâmetros e os efeitos de sua aproximação com a terra foram analisados por cientístas, que também levaram em consideração possíveis influências na sua trajetória e no seu ângulo de inclinação.
“A colisão não é a única possibilidade em eventos de aproximação com esse. A interação gravitacional entre um planeta e um corpo como o Apophis pode alterar a forma do corpo, quebrar o corpo em pedaços, desintegrar possíveis pedras soltas na superfície do asteroide, ou até mesmo remover outros corpos que orbitam o asteroide", disse o pesquisador do Departamento de Bioengenharia e Engenharia Aeroespacial da UC3M, Gabriel Borderes-Motta, à agência de notícias da Associação Americana.
Um conjunto de simulações numéricas foram realizadas para tentar prever como as partículas que orbitam o asteroide reagirão a diferentes situações e como essas possibilidades podem influenciar o comportamento do corpo celeste.
"Como ele vai passar bem próximo da Terra, esse corpo vai sofrer efeitos da gravidade do nosso planeta, que é muito grande em relação a ele. Por isso, a gente fez estudos sobre, por exemplo, a sua superfície e sua órbita, se materiais poderão ser arrancados pela Terra. E o nosso estudo mostra que, sim, isso é possível", disse ao G1 o astrônomo e professor da UNESP de Guaratinguetá e coautor do estudo, Othon Winter.
Densidade incerta
Segundo o professor, a densidade desse objeto ainda é desconhecida para os cientistas, sendo esse um dos assuntos explorados pela pesquisa.
O dado é relevante, pois quanto menos denso é um asteroide, mais fraca é a sua gravidade e, dessa forma, é mais fácil que partículas sejam arrancadas de sua superfície. Já quando a sua densidade é maior, o efeito é reverso: ele consegue reter mais partículas.