Moradores do Barroso realizam protesto após morte de cabeleireiro abordado pela PM

Família do homem afirma que ele foi 'espancado e torturado' por policiais militares. Já a Corporação diz que o homem passou mal

Escrito por Redação ,
Legenda: Cerca de 100 manifestantes queimaram madeiras e fecharam as ruas Amâncio Pereira e Emiliano de Almeida Braga
Foto: Foto: Thiago Gadelha

O velório do cabeleireiro Aldicélio da Silva Frazão, de 31 anos, realizado no fim da tarde desta quinta-feira (2), no bairro Barroso, em Fortaleza, foi marcado por um protesto. Os populares acreditam que o jovem morreu em decorrência de um episódio de violência policial e pedem por justiça.

Cerca de 100 manifestantes queimaram madeiras e fecharam as ruas Amâncio Pereira e Emiliano de Almeida Braga. A Polícia Militar interveio com balas de borracha e spray de pimenta e dispersou o protesto, no início da noite desta quinta (2). O Corpo de Bombeiros apagou o fogo.

Aldicélio Frazão estava internado sob escolta policial na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro José Walter, desde o dia 28 de dezembro do ano passado, e morreu na última quarta-feira (1º).

A família do cabeleireiro afirmou à reportagem que ele foi "espancado e torturado" por policiais militares, que estiveram na residência onde ele morava e também trabalhava.

"Reviraram tudo na minha casa. Levaram meu irmão lá para cima e mataram meu irmão. Ele saiu daqui e foi diretamente pra UTI (Unidade de Tratamento Intensivo). Mas ele foi para a UPA e (os policiais) disseram que acharam ele afogado. Mas não foi assim", rebateu a irmã de Aldicélio, Leica Frazão.

Legenda: Aldicélio da Silva Frazão, de 31 anos, tinha um salão de beleza no bairro Barroso
Foto: Foto: Reprodução

Polícia Militar afirma que cabeleireiro passou mal durante abordagem

A Polícia Militar informou, em nota, que PMs do Comando de Policiamento de Choque (CPChoque) foram averigurar uma denúncia e, na residência de Aldicélio Frazão, apreenderam um revólver calibre 38, com quatro munições intactas, além de 55 gramas de maconha e 48 gramas de cocaína.

"Logo após serem localizados os materiais ilícitos e ser indagado sobre sua origem, o suspeito começou a passar mal e vomitar. Objetivando reestabelecer o bem-estar do abordado, os PMs realizaram procedimentos para desobstrução das vias aéreas, não obtendo êxito e vindo ele a desmaiar. A composição, portanto, socorreu Audicelio à Unidade de Pronto Atendimento do Bairro José Walter, vindo a óbito ontem, 01 de janeiro", completou a PM.

PM e CGD investigam o caso

Na nota, a Polícia Militar garantiu que, diante das circunstâncias, "o comandante do Comando de Policiamento de Choque - CPChoque apurará todas as circunstâncias da mencionada ocorrência policial".

A Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e do Sistema Penitenciário (CGD) também informou, por nota, "que determinou averiguação dos fatos narrados e, caso seja identificada transgressão disciplinar, instaurará investigação preliminar de imediato para a devida apuração na seara administrativa. As investigações possuem caráter sigiloso".

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